Viagem pitoresca através do Brasil pode ser vista em exposição no STF
A Exposição Rugendas, composta por obras do álbum “Viagem pitoresca através do Brasil", vai ser inaugurada hoje às 18h30 pela presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Ellen Gracie. São 50 litogravuras, oito aquareladas, além de cinco peças reproduzidas em “canvas”, suporte similar a uma tela, reunidas por Alcina Morato, a Tininha, produtora cultural brasiliense responsável pela montagem da exposição.
Tininha explicou que o acervo de reproduções de sua propriedade foi um presente do governo da Rússia, quando foi responsável pela montagem da exposição no Brasil das obras originais de Johann Moritz Rugendas, um dos três pintores contratados pelo Barão de Langsdorff para retratar aspectos pitorescos do então Brasil Império, entre os anos de 1822 e 1825. Além de Rugendas, a chamada expedição Langsdorff era composta por Aimé-Adrien Taunay e Jean Baptiste Debret, dois retratistas da época.
Para Tininha, “Rugendas era uma pessoa singular. Grande desenhista, retratou como ninguém os tipos brasileiros da época. Algumas tribos extintas, assim como a fauna, flora e cidades foram registradas pelo artista”. Uma das curiosidades da exposição é uma gravura que Tininha classifica como “o primeiro registro de uma queimada na Mata Atlântica”, que impressionou o artista que a retratou.
Além das obras classificadas no álbum “Viagem pitoresca através do Brasil”, patrocinadas pelo Barão de Langsdorff, Rugendas, fascinado pelas belezas naturais do novo continente, viajou à América Central e do Sul quando registrou aspectos naturais e humanos desde a Argentina até o México, passando pela Bolívia, Peru e Chile. Em 1835, ele voltou ao Rio de Janeiro, tendo visitado as então províncias de Minas Gerais, Bahia e Pará, que foram retratadas pelas mãos do artista.
Esta é uma oportunidade única para que os visitantes “conheçam e reconheçam o Brasil nas obras de um artista excepcional como Rugendas”, diz Tininha. Ela lembrou que o acervo original das obras do pintor documentarista está exposto no Museu Hermitage, um dos museus mais importantes do mundo, localizado em São Petesburgo, na Rússia. “Sem dúvida, com essa exposição o STF cria um espaço para a reflexão sobre o passado do Brasil”, concluiu.
A exposição estará aberta à visitação pública no Salão dos Bustos (edifício sede do STF) a partir do dia 27, das 10h às 18h, até o dia 25 de novembro.
IN/LF