O plenário do Supremo Tribunal Federal realizou hoje (12/5) sessão solene em  homenagem ao centenário de nascimento do ministro José Eduardo do Prado Kelly (1904-1986). Orador da solenidade, o ministro Marco Aurélio disse que a trajetória do ministro Prado Kelly remete à própria história do país, “tal o entrelaçamento de caminhos”.

Nascido em Niterói (RJ), Prado Kelly foi ministro da Justiça no governo Café Filho, em 1955, e nomeado ministro do Supremo em1965, pelo presidente Castelo Branco. Ascendeu ao tribunal de que participara seu pai, o ministro Octavio Kelly (1934-1942), fato registrado pela primeira vez na história da Corte suprema.

O ministro Marco Aurélio relembrou a trajetória de Prado Kelly: ingressou na vida pública em 1930, ocupando cargos como o de redator-chefe do Departamento Oficial de Publicidade no Rio de Janeiro e, logo depois, Secretário da Imprensa Nacional. A seguir, foi eleito para a Assembléia Nacional Constituinte de 1933.

“Como homem sempre à frente do próprio tempo, propôs ou apoiou projetos então tidos por arrojados, como a participação política das mulheres ou o direito dos povos e do proletariado de resistir à opressão e à ordem ilegítima”, disse Marco Aurélio.

O ministro Prado Kelly, disse Marco Aurélio, foi um liberal “que não se afastou dos princípios que embasam a legalidade democrática, arraigados que lhe eram os valores éticos – sobre os quais nunca tergiversou –, havendo atuado sempre de maneira admiravelmente ponderada e congruente”.

O vice-presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Aristoteles Atheniense, falou em nome da OAB e destacou a atuação na advocacia e no judiciário do ministro Prado Kelly, que foi o único ex-presidente da instituição a se tornar ministro do STF.

Estiveram presentes à solenidade os ministros aposentados do STF Xavier de Albuquerque, Moreira Alves, Rafael Mayer, Aldir Passarinho e Octavio Gallotti. Também compareceram o advogado-geral da União, Álvaro Augusto Ribeiro Costa, o vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Sálvio de Figueiredo Teixeira, e familiares do ministro Prado Kelly.

BB/EH

Plenário do Supremo, na sessão dedicada a Prado Kelly (cópia em alta resolução)