Supremo lança programa educacional para terceirizados

13/03/2001 18:30 - Atualizado há 8 meses atrás


O Supremo Tribunal Federal iniciou hoje (13/03) a implantação do Programa de Aprimoramento Educacional de Empregados Terceirizados, destinado, inicialmente, a 83 funcionários de empresas que prestam serviço ao Tribunal.



O programa tem como parceiro a Universidade de Brasília, que está ajudando a formar os alfabetizadores, um grupo de servidores da Casa que, voluntariamente, se engajou para ajudar essas pessoas a resgatar o gosto de aprender.



Reitor da Universidade de Brasília, Lauro Morhy revelou na oportunidade que a alfabetização é um grande desafio social da UnB. Salientou que a Universidade tem vários parceiros voltados para a mesma causa. “Uma causa que visa a corrigir um descuido social que nos custa caro”.



O professor Lauro Morhy elogiou a iniciativa do Supremo Tribunal Federal, em especial do seu presidente, ministro Carlos Velloso. “Este é um desafio que toca profundamente na alma do ministro Carlos Velloso, que, para nosso orgulho, é professor da UnB. Ressalto que tive a grande honra de outorgar a ele, por determinação da comunidade universitária, o título de doutor honoris causa também de nossa universidade”, disse o reitor.



“O ministro Velloso”, acrescentou o reitor, “é uma pessoa que está ligada ao compromisso social pelo papel que desempenha também neste Tribunal, assim como pela preocupação que agora manifesta, em termos concretos, com este programa. O seu e o nosso objetivo é que a Nação enxergue mais as realidades através de cada cidadão”.



Representando o ministro Carlos Velloso, o diretor-geral do Supremo, Miguel Augusto Fonseca, encerrou o encontro agradecendo o apoio da Universidade de Brasília no combate ao analfabetismo, bem como com sua preocupação em investir na educação do Brasil.



Miguel Augusto Fonseca disse esperar que o programa desperte a continuidade da educação de jovens e adultos que trabalham no STF, com vistas a uma participação mais consciente da sociedade.



“Esperamos um repensar da relação educação e trabalho para aqueles que ainda não freqüentaram a escola em idade própria, aos que tiveram acesso a ela e aos que por ela passaram mas não concluíram seu processo de escolarização”, concluiu o diretor-geral.




Durante o encontro, a servente Maria Mônica fez o seguinte discurso:


“É com muita alegria que estou aqui.  Eu me chamo Maria Mônica.  Em meu nome e em nome de todos os meus companheiros quero agradecer ao Supremo Tribunal Federal por essa grande oportunidade que está nos oferecendo, e, principalmente, o apoio do excelentíssimo senhor ministro Carlos Velloso e doutor Miguel.


É um programa muito importante, principalmente para as pessoas que não tiveram a oportunidade de estudar quando eram mais jovens; por isso peço que esse programa continue, para que aqueles que precisam, e não tiveram ainda oportunidade, possam ter a oportunidade que estamos tendo agora.


Vamos tirar os jalecos; vamos parar de trabalhar com os braços, vamos trabalhar com a cabeça.  Vamos pensar, vamos aprender.  Estamos correndo, queremos ser atletas das letras; quem sabe, medalhas de ouro ou medalhas de papel cheias de letras, não importa, o importante para nós, o bom para nós é sentir que não somos os excluídos.  Este é o melhor sentimento. Muito obrigada!”

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