A sessão plenária do Supremo Tribunal Federal de hoje (28/4) foi aberta com uma homenagem a Luiz Gallotti, para lembrar o centenário de nascimento do ministro que atuou por 25 anos no STF.

Orador da solenidade, o ministro Sepúlveda Pertence lembrou a trajetória profissional do ministro. Ele comentou a paixão de Gallotti pelo Supremo, pois mesmo quando ainda cursava a faculdade de Direito já era assíduo frequentador do  tribunal. “A fidelidade a esta Casa, que idolatrou da juventude ao último dia de vida, custou-lhe mais de 14 anos de inconformada distância de seu Rio de Janeiro”, lembrou Pertence.

Citando Moreira Alves, o ministro classificou Gallotti como um modelo de juiz, capaz de reunir virtudes difíceis de conciliar. “Cartesiano no raciocínio, humano nas decisões, e combativo, apesar do temperamento afável”, afirmou. Pertence concluiu a homenagem dizendo que o nome de Luiz Gallotti deve ser colocado “no rol dos que souberam, com veneração, honrar esta Casa e assegurar às gerações futuras a continuidade de sua presença na construção do Brasil e de um Estado democrático de direito”.

Na cerimônia, além do ministro Sepúlveda Pertence, discursaram representantes do Ministério Público e da Ordem dos Advogados do Brasil.

Sobre o homenageado

Gallotti nasceu em 15 de agosto de 1904, na cidade de Tijucas (SC). Foi nomeado procurador da República em 1929 e membro da Comissão Revisora dos Atos do Governo Provisório em 1934. Em 1945, atuou como interventor federal no Estado de Santa Catarina, onde presidiu as eleições de dezembro do mesmo ano. Constituído o Tribunal Federal de Recursos, em 1947, foi nomeado subprocurador-geral da República e, em seguida, procurador-geral da República. A indicação para o Supremo ocorreu em 1949.

Pai de Octavio Gallotti, também ministro do Supremo (aposentado), foi casado com Maria Antonietta Pires e Albuquerque Gallotti, e faleceu no Rio de Janeiro, em 24 de outubro de 1978. 

SJ/EC

Sepúlveda Pertence discursa na solenidade (cópia em alta resolução)