Steven Rehen ressalta a importância das pesquisas com células-tronco embrionárias

A pesquisa com células-tronco embrionárias é a única possibilidade de se chegar à sua plena utilização terapêutica. É assim que pensa o presidente da Sociedade Brasileira de Neurociências e chefe do laboratório de células-tronco embrionárias do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Steven Rehen. Ele trabalha com células-tronco embrionárias humanas desde 2006.
Em sua apresentação durante a audiência pública sobre Biossegurança no STF, Rehen procurou demonstrar as diferenças entre dois tipos de células-tronco: as embrionárias ou pluripotentes, que são derivadas de embriões com cinco ou sete dias, e que são capazes de gerar todas as outras células do corpo; e as adultas ou multipotentes, capazes de se diferenciar em tipos restritos, e que são derivadas de vários tecidos da medula óssea, fígado, polpa de dente e do cordão umbilical.
O cientista salientou ser importante lembrar que essas células embrionárias jamais terão contato com o útero materno. Segundo o cientista, elas são produzidas ‘in vitro’, excedentes das clínicas de fertilização.
Como exemplo da importância das células pluripotentes, Rehen demonstrou, com o auxílio de imagens, que as células-tronco embrionárias têm potencial para se transformar em neurônios, o que não é possível para as células chamadas adultas. Essas células, implantadas no cérebro, podem passar a fazer parte da rede neural do cérebro.
Além disso, o cientista disse que a pesquisa com células-tronco embrionárias é importante porque ela nos possibilita entender como se formam nossos órgãos e a origem de várias doenças, como câncer, Parker e Alzheimer.
Steven Rehen finalizou sua palestra ressaltando que existe ainda um longo caminho até a utilização clínica das células-tronco embrionárias, como foi no caso das adultas. E que é necessário dar mais tempo para as pesquisas. “Mas é importante ter em mente que, com a pesquisa, existe a possibilidade de tratamento. Sem a pesquisa, a única certeza que teremos é que não haverá tratamento”, concluiu.
MB/RR
Presidente da Sociedade Brasileira de Neurociências e chefe do laboratório de células-tronco embrionárias do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, Steven Rehen. (cópia em alta resolução)