Seminário no STF mostra salto de qualidade na TV pública brasileira
As soluções para o jornalismo na TV Justiça, a interação com a internet na produção jornalística e os programas em TV pública, foram os três temas que movimentaram, hoje (18/03), o 2º Seminário da TV Justiça, aberto ontem (17) pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Marco Aurélio.
Participaram da jornada de hoje os jornalistas Carlos Eduardo Cunha e Ana Teresa de Senna, pela TV Justiça; O assessor de imprensa do STF, jornalista Alexandre Machado; e o consultor da TV Cultura, Mauro Garcia.
Os jornalistas Carlos Eduardo Cunha e Ana Teresa de Senna apresentaram um resumo da programação e mostraram exemplos práticos de como toda a rede, composta de 19 parceiros e 78 correspondentes, pode aperfeiçoar o trabalho de telejornalismo no Poder Judiciário.
Carlos Eduardo e Ana Teresa deram como exemplo de melhoria da qualidade da emissora, nos seis meses de existência da TV Justiça, os formatos de alguns dos principais programas como o “Fórum em Debate”, a “Revista Vade Mecum”, o “Caderno D”. o “Quem Tem Dúvida?”, o “Opinião”, o “Julgamentos Históricos”, o “Filme do Mês” e o “Aula Magna”.
O apresentador Carlos Eduardo Cunha lembrou que as “franquias e os programas de associações de vários segmentos da Justiça são uma forma de manter e aumentar as parcerias com outros órgãos do Judiciário, como ocorre, por exemplo, com o programa “Espaços”, aberto aos diversos tribunais.
O segundo palestrante do dia, jornalista Alexandre Machado, que é assessor de imprensa responsável pelos conteúdos jornalísticos dos sites do Supremo (Últimas Notícias, Infojus e TV Justiça), ressaltou que os veículos são, na verdade, uma “ferramenta para tratar das urgências jornalísticas”, sem descuidar, como acentuou, do acompanhamento de tudo o que se passa nas sessões, nas ações que chegam diariamente ao STF e nas entrevistas eventuais dos ministros da Casa.
Machado salientou que não é fácil lidar com essas tarefas no dia-a-dia, sobretudo quando se tem um segmento de linguagem muitas vezes impenetrável e de acesso restrito, como é a linguagem jurídica. “É nesse contexto que temos de exercitar um aprofundamento cada vez maior na análise dos julgamentos”.
Ele esclareceu que um dos objetivos da Assessoria de Imprensa do STF é dar visibilidade ainda maior à atuação dos ministros.
Durante sua exposição no 2º Seminário da TV Justiça, o assessor se permitiu uma licença literária ao afirmar que, na abordagem dos assuntos do Poder Judiciário, o jornalista não pode “escorregar no juridiquês” e salientou que, nesse sentido, a cobertura dos julgamentos, feita em tempo real, “torna-se um desafio”.
Já o consultor da TV Cultura, que presta atendimento à produção e programação da TV Justiça, Mauro Garcia, esclareceu que o modelo de televisão adotado atualmente é determinado pela TV comercial. “É a lógica do Mercado”. Garcia ressaltou, contudo, que a TV pública se volta para a lógica social, de interesse público.
O consultor disse que a TV pública no Brasil melhorou tanto sua qualidade e formatos que se tornou capaz de estabelecer paradigmas de influência na TV comercial. Citou como exemplos a criatividade e “o verdadeiro laboratório de novos formatos e linguagens até hoje utilizados pela TV comercial”. Também ressaltou a TV pública como “escola de novos profissionais”. Quanto aos formatos, Mauro Garcia enumerou os programas “Roda Viva” e outras séries infantis de conteúdo pedagógico, surgidos, originalmente, em TVs públicas e disseminados em todas as emissoras comerciais.
No caso da TV pública, destacou a necessidade desse fenômeno da comunicação visual definir com maior clareza a função dos profissionais por ela abrigados. “Há um processo educativo em curso. A questão é definir o que são estes profissionais: se jornalistas pedagogos ou pedagogos jornalistas. Na TV Justiça, as fronteiras estão nas tarefas realizadas pelo jornalista do Direito ou pelo advogado jornalista?”.
Garcia chamou a atenção dos presentes para o pioneirismo “nessa aventura do novo tipo de profissional”. Ele destacou a amplitude da produção e programação do jornalismo televisivo do judiciário: “Diferentemente de canais institucionais como a TV Câmara e TV Senado, que têm a produção centralizada, com imagens, na sua grande maioria, produzidas em Brasília, a TV Justiça leva ao ar imagens de todo o país, de diversas funções, ramos e instâncias da Justiça”.
Durante o período da tarde, com o tema “Soluções para o Jornalismo da TV Justiça”,os jornalistas Carlos Eduardo Cunha e Ana Teresa de Senna falaram sobre o processo de criação dos programas produzidos pela equipe da TV Justiça, com sede no Supremo Tribunal Federal.
A jornalista Ana Teresa mostrou vídeos sobre os programas “Justiça.com”, “Justiça.br”, Justiça.gov”, que têm duração de aproximadamente 3 minutos e oferecem dicas de páginas jurídicas na internet.
O jornalista Carlos Eduardo Cunha falou sobre os “interprogramas”, programas com duração pequena, que podem ser exibidos em apenas um bloco ou durante os intervalos da programação. São eles: “Quem tem dúvidas?”, “Biografias” e “Espaços”. Cunha compartilhou com os congressistas idéias e novos formatos para a produção na emissora.
Em outro momento, ao término da oficina, o diretor da TV Justiça, Denílson Morales, ressaltou a importância da parceria entre produtores e colaboradores de programas de todo o país. “Estamos buscando a cada dia uma linguagem correta e queremos transmitir, realmente, o que é o Judiciário”, afirmou.
Presente no seminário da TV Justiça, a juíza convocada do TRT da 2ª Região/SP, Jane Granzoto considerou o encontro muito produtivo, tendo em vista o “grande entrosamento entre a área de jornalismo e a área jurídica”. Para ela, há a necessidade de uma participação mais efetiva dos juizes de tribunais na produção dos programas. “Com isso a qualidade técnica jurídica seria engrandecida”, concluiu.
Após a exposição do vídeo dos programas, os seminaristas tiveram a oportunidade de tirar duvidas.
Também participaram da palestra, o assessor de imprensa do Supremo Tribunal Federal, Renato Parente, e o consultor da TV Cultura, Mauro Garcia.
Assessoria de imprensa do STF discute relação com a TV Justiça (cópia em alta resolução)
Renato Parente, assessor-chefe do STF, e Mauro Garcia, consultor da TV Cultura (cópia em alta resolução)
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