Representante do Ministério de Minas e Energia aponta interesses econômicos pelo banimento do amianto
O secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Claudio Scliar, afirmou que há interesses econômicos muito fortes em torno da questão do amianto e da defesa por seu banimento. “É um mercado que manipula, no Brasil e no mundo, valores muito grandes. A disputa entre as matérias-primas concorrentes é grande”, disse.
Segundo ele, há mais de 100 anos são realizados estudos “sérios” sobre o impacto da utilização de minerais fibrosos no corpo humano comprovando que o uso controlado do amianto tipo crisotila é viável. Scliar disse ainda que não se pode dizer que, do ponto de vista ambiental, uma fibra mata.
Com doutorado em geologia, Scliar ressaltou que a crisotila apresenta características físicas e químicas excepcionais para diferentes usos industriais. “É um bem mineral que tem fios que podem ser tecidos. Desde a antiguidade se sabe disso. E várias indústrias necessitam (desse mineral).”
O representante do Ministério de Minas e Energia acrescentou que, atualmente, dos 194 países associados à ONU (Organização das Nações Unidas), 140 fazem uso controlado do amianto. Ainda segundo ele, o setor empresarial pode comprovar que, mesmo os países que afirmam ter banido o amianto utilizam a fibra mineral para diferentes tipos de aproveitamento. “Nos Estados Unidos (o amianto) não está banido e na Europa ainda se usa”, afirmou.
Ele acrescentou que o setor industrial do amianto é o único do país que conta com organizações de locais de trabalho, que sempre foi uma bandeira dos trabalhadores. “A OLT funciona mesmo, não só nas minas, quanto nas fábricas.”
RR/EH