Primeiro bate-papo virtual na história da presidência do STF atrai mais de 900 internautas
O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Marco Aurélio, participou hoje (18/06), das 16hs às 17hs, de um bate-papo virtual promovido pelo Universo On-Line (UOL), provedor de acesso à internet. Depois de responder a 35 perguntas das 44 selecionadas, o ministro disse que, apesar do pouco tempo, a experiência foi gratificante. “É um exercício em si da cidadania o acompanhamento por todos aqueles a quem nós, homens públicos, devemos contas”, afirmou. Durante o evento, a sala virtual chegou a contar com 917 pessoas, dispostas a participarem do primeiro bate-papo virtual com a participação de um presidente do Supremo.
A maioria das perguntas dirigidas ao ministro foi relacionada às medidas do plano de racionamento de energia elétrica criado pelo Executivo, e sobre a constitucionalidade da medida provisória que as instituiu.
De acordo com Marco Aurélio, a matéria deverá ser apreciada pelo plenário do STF na próxima quarta-feira (20/06), mas o ministro salientou que não poderia emitir opinião por dever profissional.
No entanto, ao ser questionado sobre seu sentimento como cidadão a respeito do racionamento, afirmou que, como brasileiro, ficou “perplexo” com o estágio em que chegou a crise de energia.
Uma das interlocutoras quis saber se em Minas Gerais haverá o “apagão” em conseqüência da afirmação do governador Itamar Franco de que não cobrará sobretaxa nem efetivará cortes de luz. O ministro respondeu que espera não ter nenhum apagão, já que as conseqüências podem ser imprevisíveis. Um outro participante virtual, perguntou com insistência: “E eu, vou ficar no escuro???”. “Aguardemos que essa quadra não chegue”, respondeu Marco Aurélio.
Vários outros temas foram abordados na sala de bate-papo virtual. O ministro respondeu, por exemplo, a uma questão sobre quanto tempo será necessário para que o povo sinta que a Justiça é verdadeiramente para todos.
“É preciso confiar-se no Judiciário, presente a premissa segundo a qual o juiz decide dentro dos muros do processo e o faz a partir da legislação de regência. Cumpre dar a cada um o que é seu, pouco importando a capa do processo, o status dos envolvidos ou mesmo a repercussão que o enquadramento jurídico possa ter junto aos cidadãos em geral”, respondeu o presidente do STF.
O ministro afirmou ainda que o perfil do Judiciário durante sua gestão será o de aproximá-lo do povo, revelando-o eficaz e, um última análise, responsável pela manutenção da “paz social”.