Presidente do STF recebe parlamentares para falar sobre o centenário da imigração japonesa

30/10/2007 16:35 - Atualizado há 1 ano atrás

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, recebeu hoje deputados membros do Grupo Parlamentar Brasil-Japão e o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Fernando Eizo Ono, com os quais debateu os preparativos para as comemorações do Centenário da Imigração Japonesa, que transcorre em 18 de junho do próximo ano. Os primeiros imigrantes japoneses aportaram no Brasil naquela data, em 1908.

O presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Japão, deputado federal Hidekazu Takayama (PSC-PR), informou que, no encontro de hoje, os parlamentares entregaram a Ellen Gracie um origami – peça de arte milenar japonesa de dobradura de papel –, como ponto de partida do envolvimento dos Poderes Judiciário, Executivo e Legislativo no chamado “Projeto Origami”, dentro da programação das comemorações do centenário da imigração japonesa.

Segundo o parlamentar paranaense, a idéia é montar um painel com 500 mil a 1 milhão de origamis, que certamente iria para o Guinness Book, livro de recordes. Ele seria constituído de pequenos papéis dobrados artisticamente (sem cola), contendo dentro deles um desejo, escrito no próprio papel da dobradura, conforme tradição japonesa. A idéia é, também, ensinar o origami nas escolas de todo o país para difundir essa arte. E os órgãos dos Três Poderes montariam quiosques para coleta desses origamis, não só no Brasil, mas também no Japão

Pela idéia dos membros do Grupo Parlamentar Brasil-Japão, a largada seria dada simultaneamente nos Três Poderes, começando com a dobradura de papéis pela primeira-dama Marisa Letícia, em Brasília, e pela esposa do imperador Akihito, no Japão, onde seria envolvida também a colônia dos dekasseguis – descententes de japoneses nascidos no Brasil que trabalham e residem no Japão. E o último origami seria colocado pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo representante da família real japonesa, possivelmente o príncipe herdeiro Naruhito, filho do imperador que deverá vir ao Brasil para os festejos do centenário.

Takayama lembrou que, durante visita do presidente Lula ao Japão, ele e o primeiro-ministro Junishiro Koizumi manifestaram seu propósito de fazer do centenário da imigração a maior festa japonesa fora do Japão. Segundo ele, essa manifestação indica o propósito de aproveitar o evento para estreitar as relações bilaterais. O deputado observou que o Brasil tem matéria-prima em abundância, que o Japão não tem. Em compensação, o Japão detém tecnologia de ponta, que pode transferir. Entre os projetos destinados a incrementar a cooperação entre os dois países, o deputado citou a abertura de uma universidade tecnológica federal em Londrina, fruto de uma parceria entre Brasil e Japão.

Nesse contexto, o deputado paranaense – descendente de japoneses – informou que, no encontro de hoje, a presidente do STF lembrou que, em certa época, o Japão foi devastado pois as casas eram feitas de madeira e as florestas foram exauridas. Isso obrigou os japoneses a viajarem a outros países ou a emigrar, em busca de madeira. Então, houve um imperador que proibiu o corte de árvores e ordenou o replantio, em prejuízo até de algo tão sagrado para o japonês como o arroz. E hoje 70% das matas japoneses – e, por conseqüência, também o solo – estão recuperados.

Ainda segundo o deputado, a presidente do STF observou ainda que, hoje, quando toda a humanidade está preocupada com a recuperação do meio ambiente, este projeto japonês poderia ser amplamente divulgado. Takayama afirmou, a propósito, que a sugestão da ministra levou os integrantes do grupo parlamentar à idéia de programar o Projeto Origami com papel reciclado, em vez de se utilizar papel comum.

FK/EH

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