Presidente do STF recebe chanceler da Colômbia, Fernando Araújo Perdomo

21/08/2007 19:18 - Atualizado há 12 meses atrás

 
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, recebeu nesta terça-feira, por quase uma hora, o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Fernando Araújo Perdomo, que se encontra em visita oficial ao País e se avistou, também hoje, com o chanceler brasileiro, Celso Amorim.

À saída do encontro, Perdomo relatou que conversou com a ministra sobre a realidade colombiana. “Expliquei-lhe os processos mais importantes que estão sendo levados à Justiça do meu país para, desta forma, transmitir a experiência colombiana e permitir que se conheça, no Brasil, a realidade colombiana em todos os níveis: Executivo, Legislativo e Judiciário”, informou. Segundo o chanceler, é interesse da Colômbia dar à comunidade internacional conhecimento dos problemas do país para melhor entendimento de sua realidade.
 
Ele relatou que assinou hoje, com o chanceler Celso Amorim, um convênio dispensando a exigência de passaporte e visto nas visitas recíprocas dos nacionais dos dois países. Com isso, segundo Perdomo, dentro de um mês a contar de hoje, os cidadãos colombianos poderão visitar o Brasil levando somente sua carteira nacional de identidade, o mesmo se aplicando aos brasileiros que visitarem a Colômbia.
 
Quanto ao processo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) em que está empenhado o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, Perdomo disse que o presidente “sempre manifestou disposição para facilitar os caminhos que conduzam à libertação de pessoas seqüestradas pelos guerrilheiros” e, nesse sentido, autorizou negociações por vários “facilitadores”, entre os quais dois ex-presidentes da República, a Igreja Católica e um grupo de países amigos na Europa.
 
Mas ressaltou que há dois princípios inamovíveis no processo para obter um acordo de paz em seu país: o primeiro é que não haverá a entrega de áreas à guerrilha, pois essa experiência fracassou no passado, “porque a guerrilha usou mal esses espaços para aumentar o número de seqüestros e cultivar coca para  produção de drogas”.
 
O segundo princípio é, como informou, que os guerrilheiros que sejam libertados da prisão não podem voltar a empunhar armas. “A única justificativa moral para libertar guerrilheiros presos é que é um ato para a paz e que essa pessoa não voltará a assassinar ou seqüestrar”, afirmou.
 
O chanceler disse, também, que a Colômbia apóia o processo de criação da União das Nações Sul-Americanas (Unasul). “Temos vontade integracionista”, afirmou. “Cremos que a Colômbia tem um lugar neste espaço de integração, não só com a América do Sul, mas também com a América Central e a América do Norte. Estamos trabalhando com todos os países da região na elaboração de um texto, que é o acordo constitutivo da Unasul que, esperamos, será aprovado em janeiro de 2008, na reunião dos presidentes sul-americanos em Cartagena (Colômbia)”.
 
Ex-ministro do Desenvolvimento da Colômbia desde1998, no governo do ex-presidente Andrés Pastrana, Fernando Araújo Perdomo foi seqüestrado pelas FARC em 2000 e somente conseguiu fugir do cativeiro em 2006, por ocasião de uma ação de combate do Exército colombiano à guerrilha. Uma vez liberto, ofereceu-se ao presidente Uribe como “facilitador” para ajudar a negociar a libertação de pessoas presas pela guerrilha. Foi, então, surpreendido com o convite para o cargo de ministro das Relações Exteriores.

FK/LF


Ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Fernando Araújo Perdomo e sua comitiva. (cópia em alta resolução)



Ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Fernando Araújo Perdomo. (cópia em alta resolução)

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