"O Poder Judiciário não trabalha sozinho", foi o que afirmou a ministra Ellen Gracie em entrevista coletiva após visitar todos os estandes das associações que apóiam o evento Ação Justiça. Para ela, o Judiciário funciona em conjunto com a advocacia, com a defensoria, o Ministério Público e com todos aqueles que fazem a Justiça. "Com essa ação, nós queremos divulgar o trabalho que é realizado dentro do Poder Judiciário e também dessas associações que são fundamentais para o bom funcionamento da Justiça”, afirmou.

A presidente do STF disse que o trabalho de acesso à Justiça é permanente, tem sido feito ao longo do tempo e não deve parar. Ela citou como exemplo a Justiça Itinerante, que é uma maneira de levar a Justiça para onde o cidadão mora. Falou ainda sobre a Justiça de Trânsito do Distrito Federal, que leva o juiz, o promotor e toda a possibilidade de solução do acidente de trânsito imediatamente após ele ter ocorrido. “Essa é uma iniciativa que precisa ser replicada em outros lugares para que haja ainda mais acesso à Justiça”, disse a ministra.

Caso do Pará

Perguntada sobre o caso da adolescente presa por 20 dias em cela com homens no Pará, a ministra disse que, nesse caso, várias instituições não funcionaram. “É um caso extremo que nós esperamos que nunca mais venha a se repetir”. Ela explicou que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) entrou em contato com o Tribunal de Justiça do Pará, que deverá implantar imediatamente o banco de dados de população carcerária naquele estado para que o juiz da execução penal saiba o dia a dia e qual é exatamente a situação de cada pessoa que está no sistema carcerário. “Isso poderá evitar a ocorrência de outros fatos semelhantes”, afirmou.

CM/EH