O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Marco Aurélio, afirmou hoje (10/6) que o governo federal deve colaborar amplamente com o combate ao tráfico de drogas no Rio de Janeiro com a participação da Polícia Federal. “É inimaginável a participação das forças armadas nessa colaboração”, disse o ministro, que comentou o assunto com o presidente Fernando Henrique Cardoso, em audiência no Palácio do Planalto.

O presidente do STF disse que ambos concordaram que a situação no Rio de Janeiro “é seríssima” e que o atual governo de Benedita da Silva não pode arcar com a culpa. “Isso já vem de alguns anos, a delinqüência quanto ao tráfico de drogas está enraizada no Rio de Janeiro”, afirmou Marco Aurélio.

Ainda a respeito da reunião no Palácio do Planalto, o ministro informou que levou ao presidente Fernando Henrique reivindicação de servidores do Judiciário sobre a possibilidade de antecipação da última parcela do reajuste salarial previsto no Plano de Cargos e Salários (PCS), em tramitação no Câmara.

Segundo o ministro, o presidente disse que, no momento econômico do país, são grandes as dificuldades do Executivo de conceder a reivindicação dos servidores do Judiciário. “Seria algo que a área econômica não imaginaria chegar”, relatou o presidente do Supremo, acentuando que a antecipação “ressoaria um pouco mal tendo em conta que se está ao término do mandato e a bomba relógio ficaria para o sucessor do presidente da República”.

O presidente do STF salientou que o PCS, da maneira como está sendo conduzido no Congresso Nacional, é um avanço, porque vai beneficiar a carreira. E exemplificou que, atualmente, o funcionário de topo de carreira recebe R$ 1.300,00, “o mesmo que ganha um soldado da polícia militar do Distrito Federal”.

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