O presidente da República do Mali, Amadou Toumani Touré, visitou hoje (8) o Supremo Tribunal Federal (STF), onde foi recebido pelo ministro Gilmar Mendes. O país, situado na região noroeste da África, tem área equivalente à do estado do Pará, onde vivem 13 milhões de habitantes.

Como faz nessas ocasiões, o presidente do STF iniciou a conversa com uma explicação sobre o funcionamento e a estrutura do Poder Judiciário brasileiro. Também ressaltou a importância do Ministério Público, ao apresentar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a Toumani Touré. O presidente malinês ressaltou que o Brasil tem sido um importante parceiro de seu país, principalmente no setor agrícola.

As relações entre Brasil e Mali ganharam impulso nos últimos dois anos por conta, principalmente, da abertura da embaixada brasileira em Bamaco (capital) e do projeto de cooperação na área de algodão na região de Sotuba. Toumani Touré disse ao ministro Gilmar Mendes que com o processo de revisão constitucional, iniciado em 2008, seu objetivo é promover uma redefinição do sistema político-institucional malinês, de forma a aperfeiçoá-lo. Ele reconheceu que a justiça é um dos “pontos fracos” de seu país. “Nesse sentido, as lições aprendidas no Brasil nesta visita serão de grande importância. Pouco mais de seis horas de voo nos separam do Brasil e espero que essa distância seja a cada dia menor”, disse Toumani Touré, com bom humor. 

Em março de 1991, após duas décadas da ditadura do general Moussa Traoré, o Comitê de Reconciliação Nacional assumiu o poder em Bamaco, fixando três objetivos imediatos: democratização, pacificação interna e reorganização da economia. O governo de transição do coronel Toumani Touré (hoje general aposentado e presidente eleito) organizou uma “Conferência Nacional”, reunindo 1.800 delegados de todas as etnias e facções políticas do país. Foi elaborada uma nova Constituição e também Código Eleitoral e legislação partidária. Seguiram-se eleições diretas em todos os níveis. Mas Toumani Touré só foi eleito presidente em 2002, na primeira sucessão entre presidentes democraticamente eleitos em Mali.

VP/EH

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