Partidos de oposição prestam solidariedade ao presidente do STF

03/09/2008 20:30 - Atualizado há 12 meses atrás

“É o fim da privacidade. Se você grampeia um presidente do STF, qual é a garantia de que a cidadania, qualquer um de nós, tem num estado desse?” Com esse argumento, de que se está instalando no Brasil um estado policial, os presidentes do PSDB, senador Sérgio Guerra, do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), e do PPS, Roberto Freire, vieram ao Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde desta quarta-feira (2) prestar solidariedade ao ministro Gilmar Mendes.

Eles apresentaram ao ministro uma nota conjunta assinada pelos partidos. O documento diz que o caso do grampo no gabinete do presidente da Suprema Corte e do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), revelado pela revista Veja na edição do último fim de semana, foi um atentado da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) aos pilares do Estado Democrático de Direito. E que “a mera hipótese de que esse fato venha a permanecer não esclarecido, impune, faz girar para trás vinte anos a roda da democratização do Brasil”.

Acompanhados de líderes de suas bancadas, os representantes aproveitaram o encontro para informar ao ministro Gilmar Mendes que pretendem instalar uma CPI no Senado Federal para apurar as denúncias trazidas pela revista. “A correlação de forças no Senado pode permitir um avanço mais rápido nas apurações”, disse o deputado Zenaldo Coutinho (PSDB-PA), líder da minoria na Câmara dos Deputados

Outra iniciativa do Legislativo revelada pelos parlamentares é uma reunião da Comissão de Inteligência do Congresso Nacional, na próxima terça-feira, para buscar medidas que possam ajudar a esclarecer a situação e levar à responsabilização dos envolvidos.

Ao final do encontro, os parlamentares conversaram com a imprensa e foram unânimes em dizer que o caso dos grampos causou constrangimento aos poderes Judiciário e Legislativo e que o presidente Lula não agiu com a contundência que o caso exige. Os presidentes do PSDB e do DEM chegaram a afirmar que Lula deveria ter demitido o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Felix. Rodrigo Maia pediu também a demissão do ministro da Justiça, Tarso Genro.

O senador Sérgio Guerra demonstrou irritação com a forma como o presidente Lula e o general Felix trataram o assunto no dia anterior. “[O presidente] não pode brincar com isso, transformar isso em um assunto banal”, disse o tucano, referindo-se a declarações do presidente da República em entrevista à imprensa.

MB/EH

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