Palestrantes defendem importância do uso de células-tronco para tratamento de doenças

20/04/2007 11:40 - Atualizado há 12 meses atrás

Terminou há pouco a apresentação do primeiro grupo na audiência pública que o Supremo Tribunal Federal (STF) realiza sobre a utilização de células tronco em pesquisas científicas. O primeiro grupo, nomeado Bloco 2, mostrou argumentos favoráveis à utilização desse mecanismo como uma forma de prevenir o avanço de doenças neurológicas e na recuperação de pessoas vítimas de acidentes cerebrais vasculares e derrames, entre outros.

De acordo com Rosália Mendez Otero, professora titular de Biofísica e Fisiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a utilização de células tronco é de total importância no tratamento de doenças neurológicas, que têm grande incidência na população e altos índices de mortalidade e morbidade. “O acidente vascular cerebral é a primeira causa de morte no Brasil. No mundo, é o segundo motivo de óbito. E os que sobrevivem ficam com enormes seqüelas”, explicou. Ela defendeu que as células tronco são fontes seguras e que devem estar disponíveis em nosso país. “Se não tivermos nossas células embrionárias, os brasileiros terão que procurar esse tipo fora do país”, lamentou.

Para Júlio Voltarelli, coordenador da unidade de transplantes de medula óssea da USP, a utilização somente de células tronco adultas não é suficiente para tratar várias doenças auto-imunes em seu estágio precoce. Além disso, no caso de pacientes com esclerose lateral amiotrófica, por exemplo, 95% dos pacientes morrem até os quatro anos de idade. “Só a utilização de células adultas não é suficiente nesses casos. Precisamos ainda utilizar células tronco embrionárias”, disse.

Para o médico Ricardo Ribeiro dos Santos, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz na Bahia, o principal atrativo da célula embrionária é a sua plasticidade, ou seja, sua enorme capacidade de se transformar em outros 220 tipos de células do corpo humano. “O conhecimento das células embrionárias vai nos dar o conhecimento para melhor entender o câncer, por exemplo. Já realizamos vários transplantes de fígado com células adultas, mas os pacientes não ficarão totalmente curados. Eles ainda precisarão de mais”.

JF/EH

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