Núcleos publicitário e financeiro do mensalão responderão por formação de quadrilha

28/08/2007 14:55 - Atualizado há 12 meses atrás

Em decisão unânime, o Supremo Tribunal Federal (STF) acolheu a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra os integrantes dos núcleos publicitário e financeiro por formação de quadrilha, que somam dez acusados.

No núcleo publicitário, responderão a processo criminal por esse crime o publicitário Marcos Valério, apontado como sendo o operador do esquema do mensalão, seus sócios Ramon Hollerbach, Cristiano Paz e Rogério Tolentino, bem como Simone Vasconcelos e Geiza Dias, que trabalhavam na SMP&B e são acusadas de distribuir dinheiro do esquema a mando de Valério e repassar informações para o Banco Rural.

O colegiado nem chegou a aprofundar o debate sobre o acusado Marcos Valério para acolher a denúncia nesse ponto. “Indago o seguinte: tendo em vista a participação documentadamente exuberante de Marcos Valério em todos os fatos já relatados aqui, se tem necessidade de ler todos os tópicos do meu voto relativos a esse acusado”, questionou Joaquim Barbosa, relator da denúncia. Todos os ministros descartaram a necessidade de aprofundar nesse tópico.

Com relação aos demais denunciados que seriam do núcleo de Marcos Valério, o relator ressaltou depoimentos e episódios da denúncia que descrevem a participação de cada um. Ele destacou depoimento de Marco Aurélio Prata, o contador das empresas de Marcos Valério, por revelar “fortes indícios da participação desses denunciados na participação da quadrilha”.

O contador afirma que teve acesso a documentações das empresas de Marcos Valério que evidenciavam movimentações financeiras não declaradas e que tomou conhecimento de procedimentos de tentativa de ocultação de supostas condutas criminosas.

No núcleo financeiro, que envolvia executivos do Banco Rural, responderão por formação de quadrilha Kátia Rabello (dona do banco), Ayanna Tenório (vice-presidente), José Roberto Salgado (vice-presidente) e Vinícius Samarane (diretor). A votação desse ponto da denúncia também foi rápida, já que os ministros concordaram que a participação de cada um dos acusados foi mais do que detalhada durante os cinco dias de julgamento da denúncia.

 

RR/EH

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