Ministro Marco Aurélio abre o 2º Seminário da TV Justiça
O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Marco Aurélio, abriu na tarde de hoje (17/2) os trabalhos do 2º Seminário da TV Justiça. Em breves palavras, ele deu boas-vindas aos participantes do encontro, que conta com assessores de comunicação e jornalistas de todo o país, e falou sobre a importância da TV Justiça, que tem como sede o STF e está no ar há seis meses.
“Ninguém nega o sucesso da TV Justiça”, afirmou Marco Aurélio, ressaltando que se trata de mais um avanço na aproximação entre Justiça e a população. Ele fez referência à Constituição, que prevê a publicidade dos atos públicos : “Devemos prestar contas aos contribuintes”.
Marco Aurélio apontou duas características marcantes da TV Justiça. A primeira é a produção descentralizada – constituída de programas produzidos em todo o Brasil, não só pelo Judiciário, mas também pelo Ministério Público, advocacia pública e privada, defensoria pública e outros. “Isso torna o que é veiculado mais leve e acessível ao cidadão”, afirmou.
A segunda característica citada pelo ministro é a impessoalidade da TV Justiça, que não focaliza pessoas em particular. “O que importa é a envergadura da matéria e seu interesse em termos de cidadania”, concluiu o presidente do Supremo.
Balanço dos seis primeiros meses
Em seguida, a palavra foi passada ao assessor de imprensa do Supremo Tribunal Federal, Renato Parente, que fez um balanço da evolução da TV Justiça desde que era apenas uma idéia, passando por sua inauguração em 11 de agosto de 2002, até hoje.
“A TV Justiça mudou a forma como a Justiça se comunica com a população”, disse Parente, lembrando que não se trata de uma TV do Judiciário ou do STF, mas de toda a máquina que compõe a Justiça brasileira”. “É uma televisão temática”, explicou o assessor, citando também que a TV Justiça foi considerada como modelo único no mundo – pois seria a única a ter o conteúdo genuinamente descentralizado.
Se, na inauguração, a TV Justiça começou com poucos programas, contando com apenas 6 horas inéditas por dia, e 18 horas no ar, hoje transmite 24 horas. A atual grade é dividida em faixas dedicadas à Justiça, advogados, Ministério Público e outros. “A qualidade melhorou e hoje um vasto e variado cardápio de programas é oferecido ao espectador”, afirmou Parente. “São 28 programas que esgotam tudo que há de mais relevante sobre a Justiça”.
Por fim, Renato Parente agradeceu a todos os envolvidos no projeto. A lista inclui o presidente do STF, Marco Aurélio, que se empenhou em viabilizar a criação da tevê; a TV Cultura, que hoje coordena a emissora; toda a equipe da TV e da assessoria de imprensa do STF. Uma menção especial foi feita à jornalista Cláudia Lemos. “São pessoas que entenderam e acreditaram em um projeto que não era de um só ou de uma só cabeça”, concluiu.
Telejornalismo Público
O 2.º Seminário da TV Justiça, que busca a troca de experiências entre profissionais de todo o Brasil prosseguiu com a palestra do jornalista Heródoto Barbeiro. O tema foi o telejornalismo público e a experiência da TV Cultura de São Paulo.
Barbeiro falou sobre a importância do trabalho desenvolvido pelas emissoras públicas. Ele derrubou premissas falsas, como a de que emissoras privadas não fazem jornalismo público. A diferença entre a pública e a privada é que a pública procura sempre o interesse público, não o “interesse do público”, disse o jornalista, criticando programa de TVs comerciais que têm como objetivo único a maior audiência possível.
Isso não quer dizer que o jornalismo público não deva buscar maiores audiências, defendeu Heródoto Barbeiro. Entretanto, as reportagens devem ser guiadas pela ética e isenção. “O jornalista deve estar convencido sobre a verdade daquilo que veicula”, declarou.
Outro aspecto abordado é sobre a importância de informar os cidadãos sobre seus direitos e deveres. “Muitos cidadãos desconhecem seus direitos”, disse o jornalista.
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Presidente do STF abre 2º Seminário da TV Justiça (cópia em alta resolução)