Ministro Gilmar Mendes recebe associação para falar sobre trabalho com presos

03/02/2010 15:57 - Atualizado há 9 meses atrás

Na manhã desta quarta-feira (3), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, se reuniu com representantes da Associação de Homens de Negócios do Evangelho Pleno (Adhonep), que desenvolve trabalho com a população carcerária no Brasil.

A associação assinou convênio com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em dezembro do ano passado pelo projeto "Começar de Novo". O projeto de iniciativa do CNJ tem a finalidade de mudar a situação prisional do país e, para isso, oferece a presos oportunidades no mercado de trabalho. Além dos mutirões carcerários – em que é avaliada individualmente a situação do cumprimento da pena de todos os presos em um determinado presídio –, as ações do "Começar de Novo" abrangem convênios com entidades como Sesi, Senai e Fiesp, visando ao treinamento e à capacitação dessas pessoas.

Para dar o exemplo, os próprios órgãos do Judiciário contrataram egressos ou presos que já cumprem pena em regime domiciliar, condicional ou semiaberto. O objetivo é favorecer a recuperação social dessas pessoas a começar pela oportunidade de emprego. O STF foi pioneiro na iniciativa no âmbito do Judiciário abrindo 40 vagas para contratação de sentenciados, mediante convênio com o governo do Distrito Federal.

Adhonep

Instalada no Brasil há 30 anos, a Adhonep realiza trabalho semelhante com detentos e ex-detentos no intuito de capacitá-los para o mercado de trabalho. De acordo com o vice-presidente da associação, Altomir Régis da Cunha, o projeto de iniciativa do CNJ vem para abrir portas e facilitar um trabalho que antes era realizado com muita dificuldade.

“Antes nos sentíamos órfãos e agora temos um pai”, destacou ao elogiar a iniciativa. Ele explicou que a entrada nos presídios era muito mais difícil sem o apoio do Judiciário, e, agora, se torna mais confiável para as autoridades por ter a marca da Justiça.

A associação tem 1.300 células espalhadas por todo o país e com o apoio do Judiciário, poderá, por exemplo, buscar junto aos prefeitos uma parceria para que ofereçam oportunidades de trabalho no serviço público. Além disso, a associação também dá auxilio e assistências às famílias dos presidiários, pois, na opinião de Altomir Cunha, sabendo que as famílias estão sendo cuidadas, eles ficam mais tranquilos dentro das prisões.

Exemplo dentro da Associação

Com essa filosofia, a associação acolheu Ronaldo Monteiro que há 20 anos planejou o sequestro do presidente da associação, Custódio Rangel Pires. Hoje, ele é membro da Adhonep e dirige uma Organização Não-Governamental (ONG) que treina os presos para que possam montar e administrar suas próprias empresas.

A associação é formada por advogados, juízes, empresários, profissionais liberais, militares e pessoas de diversos segmentos dispostas a fazer o trabalho voluntário.

 

CM/AM
 

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