Em audiência realizada com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, o presidente do Partido Populista Socialista (PPS), Roberto Freire, afirmou que o Poder Judiciário não deveria interferir na política do país. A reunião ocorreu no início da noite de hoje (7) no STF.

“Eu vou ser um pouco radical, deveria ser retirada a tutela da atividade política do Poder Judiciário, mas, infelizmente, não vamos conseguir mais isso”, disse o político, ao comentar que o processo eleitoral deveria ser modificado. “Não sei a razão de termos uma Justiça Eleitoral. São poucos os países no mundo que têm e isso não significa grande vantagem, ao contrário é uma desnecessidade”, completou.

De acordo com Freire, o país vive um momento em que se precisa muito do Judiciário tendo em vista que “o Executivo e o Legislativo não vêm cumprindo bem a sua missão por omissão e até por alguns interesses que não são democráticos, como, por exemplo, a discussão de uma reforma política que tenta viabilizar apenas o golpe na coincidência de mandatos ou um golpe pior ainda, o terceiro mandato”.

Roberto Freire pediu ao ministro Gilmar Mendes celeridade no julgamento de um agravo de instrumento relacionado a processo eleitoral na Câmara Municipal de Recife (PE). Segundo ele, decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou o registro do vereador Ronaldo Luiz Gomes Ribeiro, pelo partido Partido Trabalhista Cristão (PTC), por não ter prestado contas relativas a sua candidatura ao cargo de deputado estadual nas eleições de 2006.

O recurso, em trâmite no STF, contesta recontagem dos votos que ocasionaria na posse da candidata do PPS, Vera Lopes. Portanto, Freire defende que o agravo seja negado pela Suprema Corte, para que a decisão da Justiça Eleitoral possa ser cumprida e a filiada ao PPS empossada.

“A procrastinação de agravos sem relevância atrasa a definição no processo eleitoral”, finalizou o político.

EC/LF