Ministro Carlos Ayres Britto concede entrevista a jornalistas após primeira rodada de palestras

“Um grande passo foi dado na história do Supremo Tribunal Federal (STF)”, considerou o ministro Carlos Ayres Britto, de quem partiu a iniciativa para a realização da audiência. Ele é o relator da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3510, que contesta o uso de células tronco em pesquisas científicas, com base na Lei de Biossegurança (Lei nº 11.105/05).
O ministro afirmou que, do ponto de vista técnico, não existe na Constituição um conceito claro de quando começa a vida. Por isso, segundo ele, a partir do subsídio oferecido pela comunidade científica, Ayres Britto afirmou que os ministros do STF poderão formular “um conceito operacional de vida, do início da vida, da própria dignidade da pessoa humana para tornar a Constituição eficaz”.
Do ponto de vista democrático, o relator da ADI lembrou que a audiência é um passo pioneiro dado pelo Supremo. Com as palestras de hoje, o ministro afirmou que o Tribunal “prestigia a sociedade civil mais de perto por meio desse setor organizado da comunidade médico-biológica”.
“Democracia é isso. É tirar o povo da platéia e colocá-lo no palco das decisões que lhe digam respeito. É fazer do mero espectador um ator ou um autor do seu próprio destino”, ressaltou. O ministro informou aos jornalistas que está fazendo anotações detalhadas sobre o tema. “Vou receber um material minucioso e espero até pelo menos o final de junho já elaborar o meu relatório”, revelou.
No final da entrevista, o ministro Carlos Ayres Britto concluiu dizendo que “esse é um tema multidisciplinar e todas essas contribuições obtidas a partir de explanações tão claras, tão precedidas de apurado estudo, todas elas valerão, sim, para a elaboração do relatório e a formulação do voto”.
EC/EH
Ministro Carlos Ayres Britto concede entrevista a jornalistas. (Cópia em alta resolução)