O combate ao racismo e os processos que tramitam no STF relativos a cotas em universidades e à regularização de quilombos foram tema de audiência no gabinete do presidente do Supremo, ministro Nelson Jobim, na manhã desta terça-feira (28). Jobim recebeu a ministra-chefe da Secretaria Especial para Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Matilde Ribeiro, e representantes do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial. A cantora Leci Brandão estava entre eles.
 
Às vésperas da 1ª Convenção Nacional de Promoção da Igualdade Racial, que se realiza entre quinta-feira (30) e sábado (2), em Brasília, a ministra destacou a importância das ações afirmativas no âmbito dos três Poderes e lembrou que estava ao lado do presidente Lula quando o ministro Joaquim Barbosa, que é negro, foi escolhido para o Supremo. “É um entre onze, é o início de uma representação política, considerando-se a questão histórica”, avaliou.
 
Matilde Ribeiro advertiu que a população negra não pode ser considerada minoria no Brasil. “A soma de pretos e pardos, como diz o IBGE, é de quase 50% da população. Numericamente mais afetados, mais pobres, mas não somos os únicos que sofremos discriminação racial e também cultural, econômica e política”, falou, ressaltando que indígenas, ciganos, judeus, árabes e palestinos também sofrem discriminação.
 
No encontro, Jobim pediu à ministra que faça um levantamento das demandas relativas à questão racial no Supremo, para  incluí-las na pauta temática de julgamentos. Matilde Ribeiro elogiou o empenho de Jobim nessas causas. “Quanto mais avançada a postura das pessoas à frente dos organismos, mais avançada será a agenda política, e o ministro Jobim tem sido um aliado, desde muito, na luta pela igualdade racial neste país”, finalizou a ministra.

SI/AR