Jobim assume presidência do STF pregando diálogo na reforma do Judiciário

O novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Nelson Jobim, e a vice-presidente, ministra Ellen Gracie, tomaram posse hoje (3/6) à tarde em uma Sessão Solene que durou 1h40m. Estiveram presentes cerca de 1.800 pessoas.
Parlamentares, ministros de Estado, magistrados, advogados e amigos dos novos dirigentes do STF lotaram as dependências do Tribunal. Com apenas 208 assentos, o Plenário foi pequeno para comportar os convidados, apesar dos lugares extras que recebeu. Para acomodar melhor as pessoas, o hall de entrada do edifício-sede e as dependências do Salão Nobre também receberam cadeiras e telões.
O ministro Nelson Jobim abriu a solenidade pontualmente às 16h, deixando o Plenário com o procurador-geral da República, Claudio Fonteles. Juntos, os dois receberam o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na entrada do edifício-sede, retornando ao Plenário, para ouvir o Hino Nacional. O Hino foi executado pelo violonista gaúcho Yamandú Costa, quebrando a tradição das posses presidenciais no STF.
Na ala esquerda do Plenário, assistiram à posse, entre outros, o vice-presidente da República, José Alencar; o governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz; os presidentes do Senado, José Sarney, e da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha ; os ministros da Justiça, Márcio Thomaz Bastos; da Fazenda, Antonio Pallocci; do Planejamento, Guido Mantega; da Cultura, Gilberto Gil, da Coordenação Política, Aldo Rebelo, e da Casa Civil, José Dirceu.
Do lado direito, onze ministros aposentados do STF acompanharam a Sessão Solene, entre eles o ex-presidente Maurício Corrêa e os ministros Octávio Gallotti; Sydney Sanches; Moreira Alves, Néri da Silveira, Paulo Brossard e Ilmar Galvão.
Elogiado e aplaudido, o discurso de posse do ministro Nelson Jobim foi o mais extenso dos quatro proferidos na cerimônia. O presidente do Supremo disse que o Judiciário não é espaço para biografias individuais e que deve ser parceiro dos demais Poderes.
O ministro defendeu a transparência e as cobranças. “Quem não faz seu papel na História não é bom, nem mau. Pior, é inútil”, pregou. Jobim afirmou que o momento exige lucidez e humildade de todos.
O novo presidente do STF defendeu a reforma do Judiciário e a necessidade de que sejam identificados consensos e dissensos, para que se realize.
Disse que o Conselho Nacional de Justiça, cuja criação está sendo discutida no âmbito da reforma, deverá trabalhar para consistência e funcionalidade do sistema judiciário e que não irá deliberar sobre o conteúdo das decisões judiciais. Nelson Jobim disse que advogados e promotores não são estranhos ao Conselho, pois integram o Judiciário, de acordo com a Constituição.
O ministro defendeu a necessidade de modernizar a gestão dos Tribunais, destacando a informatização como condição indispensável à legitimidade, como produto da eficiência. A Sessão Solene também foi acompanhada por lideranças políticas, religiosas e representantes de missões diplomáticas
Nelson Jobim dá posse a Ellen Gracie (cópia em alta resolução)
Presidentes do Supremo e da República: diálogo (cópia em alta resolução
Plenário lotado para a posse de Jobim (cópia em alta resolução)
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