Os ministros Celso de Mello, Eros Grau e Ricardo Lewandowski receberam, na tarde desta quinta-feira (25), estudantes do primeiro semestre da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (localizada no Largo do São Francisco). Os três ministros têm vínculos acadêmicos com a faculdade da USP: Celso de Mello foi aluno em meados dos anos 60. Já Eros Grau e Ricardo Lewandowski são professores da academia.

O ministro Celso de Mello contou aos alunos que um terço dos ministros do Supremo – desde a sua criação – foram graduados pela faculdade. Ele destacou a atuação de dois antigos estudantes do Largo: o constitucionalista do Império José Antônio Pimenta Bueno e Sayão Lobato, que presidiu a sessão de instalação do Supremo Tribunal Federal, já na República.

Ele ressaltou que na criação do Supremo, dos 15 ministros seis eram formados pela Faculdade de Direito da USP. E foi além: “O Supremo Tribunal Federal contou com mais de um terço de seus juízes até hoje oriundos da Faculdade de Direito do Largo do São Francisco”, relatou.

Para Celso de Mello, a academia cria um vínculo entre as gerações que por lá passaram desde 1828. “São gerações que conseguiram com absoluta dignidade superar os conflitos, realizar seus anseios, lutar pela preservação da integridade, da ordem democrática do País”, resumiu.

Em breve discurso, o ministro Lewandowski ensinou aos calouros da faculdade parte do que disse o jurista italiano Norberto Bobbio em sua obra “A era dos direitos”. Segundo ele, o autor previu que até o fim do século 20 a humanidade se ocuparia de conhecer e definir os direitos fundamentais do ser humano. Já o século 21, seria o momento de trazê-los à prática. “Vocês têm o privilégio de viver na era da concretização dos direitos fundamentais”, afirmou aos alunos.

O ministro Eros Grau, por sua vez, disse que gostaria de ser lembrado daqui a 50 anos como alguém que sonhou e amou a Faculdade de Direito do Largo do São Francisco por toda a sua vida. “Aquela faculdade é um lugar onde sempre quis estar por toda minha vida, e onde sempre estarei”, concluiu Eros, já com a voz embargada pela emoção.

MG/LF