Especialistas a favor de pesquisas com células-tronco embrionárias apresentam-se no STF

20/04/2007 10:41 - Atualizado há 12 meses atrás

Após sorteio feito pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, especialistas a favor da pesquisa com células-tronco embrionárias iniciaram suas exposições em defesa do artigo 5º da Lei de Biossegurança (Lei nº 11.105/05). Agora pela manhã os especialistas que defendem essa tese terão 1h30 para apresentar suas idéias.

Já concluiu sua fala uma das maiores especialistas no assunto no Brasil, a pós-doutora em biologia genética pela Universidade de São Paulo (USP) Mayana Zatz, que preside a Associação Brasileira de Distrofia Muscular e coordena o Centro de Estudos do Genoma Humano. Também falaram as pesquisadoras Patrícia Pranke e Lúcia Braga. A primeira é presidente do Instituto de Pesquisa com célula tronco e diretora do Banco de Sangue Cordão Umbilical do Ministério da Saúde e a segunda é neurocientista e pesquisadora-chefe da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação.

As três estudiosas frisaram a importância de que a legislação permita as pesquisas com células-tronco embrionárias, que hoje são as únicas com potencial para recuperar doenças neurológicas incuráveis.

Patrícia Pranke explicou que só a partir do quarto dia o embrião (blastocisto) pode ser implanto no útero, o único ambiente em que ele poderá se desenvolver. Segundo ela, os embriões ou são implantados no útero ou são congelados. “O próprio congelamento diminui a possibilidade de o embrião se desenvolver depois”, afirmou.

Ainda segundo Patrícia, os embriões são classificados em categorias com até quatro graus de qualidade. “Os embriões de má qualidade, chamados embriões inviáveis, chegam a nem ser congelados por algumas clínicas. Por que não doá-los para pequisa?”, questionou ela.

“A pergunta a ser feita é qual destino será dada aos embriões que não chegam a ser implantados no útero e não quando a vida começa, já que poderemos ficar dias aqui a discutir isso”, advertiu.

Lúcia manifestou a preocupação da comunidade científica com a possibilidade de se impedir as pesquisas com células-tronco embrionárias. “Precisamos dar mais chance às pessoas”, disse.

Mayana Zatz, geneticista, professora-titular da Universidade de São Paulo e presidente da Associação Brasileira de Distrofia Muscular. (cópia em alta resolução)

RR/EH


Mayana Zatz, geneticista, professora-titular da Universidade de São Paulo e presidente da Associação Brasileira de Distrofia Muscular.
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Patrícia Helena Lucas Pranke, farmacêutica, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da PUC-RS, além de presidente do Instituto de Pesquisa com Célula-Tronco. (cópia em alta resolução)


Lúcia Braga pesquisadora-chefe da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação. (cópia em alta resolução).

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