Especialista diz que anencéfalos são diferentes das demais pessoas com deficiência

04/09/2008 10:50 - Atualizado há 12 meses atrás

A jornalista Cláudia Werneck, fundadora da organização da sociedade civil Escola de Gente – Comunicação em Inclusão, disse hoje na audiência pública de debate sobre a interrupção da gravidez de fetos anencéfalos que esse tipo de aborto não configura uma discriminação contra a pessoa com deficiência.

Na opinião dela, a falta de expectativa de vida fora do útero retira a anencefalia do grupo de condições aceitas como deficiências. “Embora a anencefalia expresse a diversidade da pessoa humana, interromper a gravidez não é um caso de negação ao direito à vida, pois não há expectativa favorável de vida a partir do parto”, explicou.

Segundo Cláudia, o debate sobre o tema não deve comparar a qualidade de vidas do anencéfalo com o de outra pessoa com deficiência. “Em momento algum a Escola de Gente concordaria com a proposta da antecipação terapêutica do parto com base no argumento de que o desenvolvimento daquele feto na vida extra-uteriana não seria o naturalmente esperado em função de qualquer deficiência”, destacou. O problema, segundo ela, é que não haverá vida por muito tempo.

A jornalista, participante do Conselho Nacional de Juventude junto à Presidência da República, defende a aceitação das pessoas com deficiência da maneira mais inclusiva possível. “Mas o deficiente tem o mínimo de  interação com pessoas e relação com o ambiente”, alertou.

Na opinião da Escola de Gente, o debate no Supremo Tribunal Federal não envolve negativa do direito à vida em função de deficiência, pois “isso que seria a mais grave forma de discriminação”. Para exemplificar, Cláudia citou que, mesmo que o País investisse muito mais na inclusão dos deficientes, esse fato não alteraria em nada o diagnóstico do anencéfalo.

MG/CM

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