Espaço cultural do STF recebe nome do ministro Menezes Direito, que é homenageado em exposição

03/02/2010 21:20 - Atualizado há 9 meses atrás

O Supremo Tribunal Federal (STF) conta, a partir desta quarta-feira (3), com o Espaço Cultural Ministro Menezes Direito, inaugurado em homenagem ao ministro, falecido no dia 1º de setembro do ano passado. A solenidade, que também abriu uma exposição sobre sua trajetória, teve a presença de familiares, ministros da Suprema Corte e de Tribunais Superiores, membros do Ministério Público e de associações de classe, dentre várias outras autoridades.

O espaço está localizado no túnel de acesso entre o Anexo I e o Edifício-Sede do Tribunal. A homenagem que fica em exposição até o dia 6 de março inclui peças que resgatam a trajetória do ministro, desde o seu nascimento até os seus últimos dias como membro do STF. Estão expostas mais de 40 fotografias, documentos e objetos pessoais, além de frases proferidas por Menezes Direito em diversas ocasiões de sua vida. Há também troféus e medalhas, como a de melhor aluno da Pontifícia Universidade Católica, onde também lecionou, e publicações de sua autoria.

De acordo com o presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, por mais de duas décadas o ministro honrou a magistratura brasileira, da qual se despediu no apogeu, como maestro regendo sua maior obra no púlpito principal. “Esta homenagem, que nasce do respeito, da reverência e se alimenta dessa saudade ao tempo em que se manifesta como forma de agradecer o enorme contributo do ministro Menezes Direito à história desta Corte da Justiça do País serve, sobretudo, para honrar a memória de um imprescindível cidadão brasileiro”, disse.

 O presidente do STF lembrou que o ministro Menezes Direito esteve na Suprema Corte por dois anos e teve uma participação marcante, deixando em alguns casos seu nome. “É muito difícil pensar, por exemplo, no caso como o das células-tronco sem levar em conta o seu profundo estudo, embora a sua posição tenha restado vencida, ou mesmo o caso de Raposa Serra do Sol, em que ele propôs de forma inédita o estabelecimento daquelas condições que hoje balizam o processo demarcatório de terra indígena”, destacou.

Discursando em nome da família, Carlos Alberto Menezes Direito Filho afirmou que encontrou na homenagem a própria materialização da herança que seu pai deixou, representando uma vida dedicada à causa pública. Ele contou a história de que, após a cirurgia, o ministro pensou em deixar o cargo no STF para se dedicar à família, mas decidiu permanecer na Corte, por não achar justo largar a Casa que o acolheu. “Sei que meu pai não iria abandoná-los, mais certeza tenho ainda que essa Casa jamais esquecerá meu pai”, sustentou.

O vice-presidente do STF, ministro Cezar Peluso, falou da identificação e do amor que o ministro Menezes Direito tinha pelo STF. “É obrigação deste Tribunal não permitir que essa ligação dele com a Corte seja esquecida”, pontuou. De acordo com ele, a homenagem marca uma manifestação extraordinária do STF, que é muito modesto em externar o reconhecimento aos seus ministros. “Nós nos prendemos muito a comemorações formais, discursos, mas com pouco afeto, e esse fato de se criar um local com o nome permanente dele é, sobretudo, uma demonstração de afeto.”

O ministro Dias Toffoli, que passou a ocupar a cadeira deixada por Menezes Direito na Suprema Corte, afirmou que a homenagem é mais do que justa à sua memória e também aos seus familiares. “Ele, que exerceu a judicatura ao longo de toda a sua vida, de forma brilhante, tendo seu ápice aqui no Supremo Tribunal Federal, faleceu trabalhando, exercendo seu mister até o último momento, deixando preparados despachos, votos.”

Segundo o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, trata-se de uma bela e merecida homenagem. Para ele, o ministro Menezes Direito era, sem dúvida, a figura exemplar de magistrado. “Ao longo de toda a sua carreira no Judiciário, seja no Tribunal de Justiça do Rio, seja no Superior Tribunal de Justiça e aqui no Supremo Tribunal Federal, ele sempre deu mostras de uma dedicação rara ao Judiciário e à causa pública de modo geral”, concluiu.
 

JA//AM

 

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