CUT apoia Mais Médicos mas reclama maiores investimentos em saúde

25/11/2013 17:15 - Atualizado há 8 meses atrás

Primeiro conferencista da tarde desta segunda-feira (25) na audiência pública em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) para debater o Programa Mais Médicos do governo federal, o presidente nacional da Confederação Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas de Moraes, disse que a entidade apoia o programa mas, ao mesmo tempo, reclama mais investimentos na qualificação e em melhores condições de trabalho para os médicos. “A saúde não se resume ao Mais Médicos”, afirmou. “É preciso mais investimentos em políticas de saúde para que esse direito seja efetivamente conquistado pela população”.

Segundo Vagner de Moraes, é importante valorizar o Sistema Único de Saúde (SUS), além do programa. Ele lembrou que o problema de saúde no Brasil é tão grave que até os que pagam valores exorbitantes por um plano de saúde recebem serviço de péssima qualidade. E deu exemplo dele próprio, que paga um bom plano e já chegou a esperar cinco horas até ser atendido em um hospital credenciado.

Só médico não basta

Também segundo o presidente da CUT, não adianta só disponibilizar mais médicos, se não houver condições adequadas de trabalho para eles. “Colocar só médicos não basta”, afirmou. “Mas é uma primeira atitude”. Ele defende que, junto com isso, venha a requalificação dos profissionais do setor em todo o Brasil, ao lado do aparelhamento dos hospitais.

Ele disse que a CUT cobra publicamente investimentos na qualificação dos médicos e no aparelhamento dos hospitais, e entende que a categoria dos médicos, que também figura entre os filiados à central, “é absolutamente dedicada, que muitas vezes trabalha com abnegação e não faz mais por falta de condições”. Diante disso, “a CUT discorda da demonização da categoria médica”.

Por outro lado, Moraes criticou o que qualificou como “uma sanha para levar a saúde para a iniciativa privada”, quando é direito da população e obrigação do Estado disponibilizá-la ao cidadão. Segundo ele, a CUT defende que o Estado cumpra seu papel, oferecendo melhores serviços públicos não só na saúde, mas também na educação, no transporte e na segurança.

Ao defender a posição da CUT em apoio ao Mais Médicos, seu presidente chamou a atenção para a falta de assistência médica das pessoas mais carentes no país. “É normal trabalhadores não terem acesso a um médico e, até, cidades não contarem com os serviços de um médico”, afirmou. E, de acordo com ele, nas periferias das grandes cidades isso não é muito diferente. Em muitos lugares, não há médicos e, quando existem, seu número é insuficiente para atender a população.

Ao término da exposição do presidente da CUT, o ministro Marco Aurélio, que preside os trabalhos, endossou a afirmação do presidente da CUT de que os serviços essenciais são obrigação própria do Estado.

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