Convênio com a Fundação Arcadas mostra os primeiros resultados
O convênio firmado entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Fundação Arcadas (instituição ligada à Universidade de São Paulo) para desenvolver métodos no intuito de melhorar a rotina de trabalho nos gabinetes dos ministros do STF, começam a mostrar os primeiros resultados.
O professor da USP, Luiz Natal, responsável pela condução dos trabalhos no gabinete do ministro Ricardo Lewandowski, primeiro a experimentar o projeto, explica que do início de abril até agora já foram instaladas as bases para o procedimento de melhoria. Uma das primeiras ações foi a organização do acervo de processos que existe no gabinete. Com esse levantamento, foram feitos também relatórios sobre as características do processo, como a classe processual, há quanto tempo está no gabinete, se já houve decisão, entre outros. Para o professor, esses indicadores permitem agir, ou seja, conhecer os processos permite solucioná-los.
Esse procedimento inicial faz parte do planejamento e controle de produção, que vai identificar como o processo de trabalho está sendo desenvolvido e se os resultados são positivos, para então desenvolver uma estratégia de como melhorar a dinâmica do trabalho. Os estudos são feitos a partir da norma internacional ISO 9001, que estabelece requisitos para o Sistema de Gestão da Qualidade de uma organização. Nesse sistema há indicadores de desempenho como planejamento, execução e controle, que são adotados em mais de 150 países como padrão de qualidade.
A aplicação das normas ISO 9001 dentro de uma instituição como o Supremo tem aplicação diferenciada, segundo o professor. Principalmente porque a demanda é muito maior que a oferta, o que se resume na imensa quantidade de processos. A partir do levantamento dos números, a equipe do projeto vai sugerir estratégias, por isso a importância dos relatórios.
Às segundas e terças-feiras, a equipe da Arcadas vêm ao Tribunal para desenvolver o trabalho. O grupo faz uma espécie de treinamento com os funcionários do gabinete para que as experiências desenvolvidas permaneçam após o término do convênio.
A existência de um mapeamento dos processos, segundo o professor, foi uma grata surpresa, pois poupou um trabalho que seria feito pela Arcadas. O professor ficou satisfeito em saber que já existem medidas para acelerar e otimizar os trabalhos dentro do Supremo. O mapeamento de processos foi desenvolvido pela Assessoria de Gestão Estratégica.
Luiz Natal reafirma que o convênio tem cumprido a sua função de troca de conhecimentos. Por isso, a importância de ser um convênio e não um contrato, explica. Elogiou também a parceria com o setor de informática, que tem trabalhado no mesmo sentido. Para o professor, é louvável a aproximação da engenharia com o direito, pois permite acelerar os trâmites sem perder a qualidade. O convênio tem a duração de seis meses e o professor afirma que apesar de ser um trabalho de alta complexidade, por ser numa instituição tão importante, o trabalho está sendo desenvolvido com uma "leveza surpreendente", ressalta.
CM/EH
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