Utilizando uma forma criativa de expor sua opinião na audiência pública que discutiu a nova Lei de Direitos Autorais do país, o ator e diretor teatral Aderbal Freire Filho deu voz aos primeiros artistas, escritores e intelectuais brasileiros que pensaram a questão dos direitos autorais, como Chiquinha Gonzaga, João do Rio, Joracy Camargo, Manuel Bandeira, Nelson Rodrigues, Rachel de Queiroz, entre outros, e fez uma breve retrospectiva das dificuldades que todos – ele inclusive, na qualidade de atual presidente da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (Sbat) – enfrentaram e enfrentam até os dias de hoje.

“Quem levantou essa questão de direitos autorais no Brasil fui eu. Eu tinha 70 anos em 1917 e me chamava Chiquinha Gonzaga. As minhas músicas e peças de teatro faziam muito sucesso e, muitas vezes, eles queriam me pagar com convite para almoçar. Então, juntei alguns amigos que viviam a mesma situação e, no dia 27 de setembro de 1917, nos reunimos na sede da Associação Brasileira de Imprensa e fundamos uma associação para defender os nossos direitos, a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais”, disse Aderbal Freire Filho.

O dramaturgo defendeu a nova Lei de Direitos Autorais e disse que, se uma legislação como esta existisse, a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (Sbat) não teria passado por tantos percalços. “Muitos administradores contratados para nos ajudar nos lesaram, muitos desmandos foram cometidos, muita desorientação acompanhou as nossas crises. Orientação e fiscalização externas teriam evitado que a nossa história talvez parasse aqui. Ainda acreditamos que com novas leis, com mudanças, vamos chegar aos 100 anos, mesmo que sejam leis que ainda não incluam diretamente todos os instrumentos que nos salvarão, além da necessária fiscalização e regulamentação da gestão coletiva”, concluiu.  

VP/EH