1a Turma do STF arquiva recurso da Rede Ferroviária Federal envolvendo comunicação prévia de gravidez

14/05/2002 19:19 - Atualizado há 7 meses atrás

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal arquivou o recurso Extraordinário (RE 259318) ajuizado pela Rede Ferroviária Federal contra Sonia Maria Bortoluzzi de Oliveira.


 


A empresa recorreu ao STF contra entendimento da Justiça do Trabalho que considerou desnecessária a comunicação prévia ao empregador sobre a gravidez da empregada, como requisito à estabilidade prevista na Constituição.


 


Conforme resumiu a relatora da ação, ministra Ellen Gracie, o processo trata da possibilidade de ser exigida da empregada gestante a comunicação prévia ao empregador sobre a gravidez como condição para o direito à estabilidade provisória estabelecida pela Constituição (artigo 10, inciso 2º, letra “b” do ADCT).


 


A funcionária estava grávida quando foi demitida e ainda não havia comunicado a gestação ao empregador.


 


A  ministra Ellen Gracie arquivou o recurso da Rede com base em  decisão precedente do Supremo que julgou inconstitucional cláusula de convenção coletivo de trabalho que impôs a comunicação prévia da gravidez ao empregador, como requisito do direito à estabilidade.


 


A ministra disse que o artigo 10 do ADCT foi editado para suprir a ausência temporária de regulamentação da matéria por lei.


 


“Aos acordos e convenções coletivos de trabalho, assim como às sentenças normativas não é lícito estabelecer limitações ao direito constitucional dos trabalhadores que nem à lei se permite”, disse a ministra.


 


A Primeira Turma do Supremo acompanhou o voto da relatora, ministra Ellen Gracie, ao julgar que não houve ofensa à  Constituição Federal, que   prevê a estabilidade provisória, exigindo da empregada apenas a confirmação da condição de gestante.


 



Ministra Ellen Gracie, relatora do RE (cópia em alta resolução)


 


 


 


#SS/BB//AM

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