“É preciso empurrar para a margem da história comportamentos como esses”, diz presidente do STF sobre planejamento de golpe

Ministro Luís Roberto Barroso afirmou que, apesar dos fatos sob investigação, as instituições republicanas estão funcionando bem e harmoniosamente.

19/11/2024 18:19 - Atualizado há 12 horas atrás
Ministro Luís Roberto Barroso na sessão do CNJ de 19/11/2024 Foto: Luiz Silveira/CNJ

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou, nesta terça-feira (19), na abertura da sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que as notícias sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022 são “estarrecedoras”. Barroso ressaltou que a investigação está sendo conduzida com muita seriedade pela Polícia Federal, e o caso será julgado pelo Poder Judiciário conforme as leis e a Constituição Federal.

Em decisão tornada pública hoje, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva, além de medidas cautelares, de cinco investigados por participação no planejamento de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, no âmbito da Petição (Pet) 13236. A operação tinha por finalidade monitorar e eventualmente prender ou assassinar figuras-chave, como o ministro do STF Alexandre de Moraes, o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e seu vice, Geraldo Alckmin. Segundo a investigação, o objetivo era impedir a posse do governo eleito e restringir o livre exercício do Poder Judiciário.

Segundo Barroso, as informações até agora divulgadas sugerem que o país esteve próximo de um golpe de Estado. A Polícia Federal identificou que as ações envolviam militares com formação em Forças Especiais do Exército, incluindo a participação de um general de brigada da reserva, e teriam ocorrido em novembro e dezembro de 2022.

“O que é possível dizer, neste momento, é que o golpismo, o atentado contra as instituições e contra os agentes públicos que as integram nada têm a ver com ideologia ou com opções políticas. É apenas a expressão de um sentimento antidemocrático e do desrespeito ao Estado de direito”, afirmou.

O presidente do Supremo ressaltou que “é preciso empurrar para a margem da história” comportamentos como esses, “que são uma desonra para o país”. Ele disse ainda que, apesar desses fatos, as instituições republicanas estão funcionando bem e harmoniosamente, “como deve ser em uma democracia”.

(Suélen Pires/AD//CF)

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