STF deve retomar em 2024 julgamentos iniciados neste ano

Apesar de não indicar data, presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que deverá pautar no ano que vem julgamento sobre descriminalização do porte de drogas.

20/12/2023 21:12 - Atualizado há 8 meses atrás

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, disse que deve elaborar a pauta de julgamentos do Plenário para o próximo ano até o fim deste ano. As sessões colegiadas serão retomadas em fevereiro e devem retomar julgamentos de processos iniciados neste ano.

Drogas

Um dos assuntos a ser retomado é a ação que discute a definição do que seja a quantidade para consumo próprio de drogas. De acordo com o ministro Barroso, é preciso deixar claro que o Supremo não está descriminalizando a maconha; isso já foi feito pelo Poder Legislativo. “O que temos discutido aqui, que também é uma discussão mal compreendida, é qual a quantidade de maconha que distingue o usuário do traficante. Se o Supremo não definir isso, quem fará é o policial no momento do flagrante. Não há solução fácil para lidar com as drogas no mundo inteiro. Esse é um problema que deve ser enfrentado, mas o que posso dizer é que a política pública que praticamos no Brasil não funciona”, declarou.

Aborto

Quanto à ação que discute a descriminalização do aborto, o presidente do STF disse que não há tema tabu para a pauta. “Penso que o debate na sociedade brasileira ainda não está amadurecido. E as pessoas não têm a exata consciência do que está sendo discutido. É preciso fazer um debate esclarecido, a discussão que se coloca é saber se a mulher que teve o infortúnio de fazer um aborto deve ser presa, que é a consequência da criminalização”.

Reforma tributária

O ministro Luís Roberto Barroso participou nesta quarta-feira (20) do evento de promulgação da Emenda Constitucional 123/2023, que promove a Reforma Tributária. “Essa reforma terá um impacto muito grande sobre o Poder Judiciário. Tenho a expectativa de que ela possa diminuir a litigiosidade tributária no Brasil, que traz muita imprevisibilidade para as contas do governo e das empresas de uma maneira geral”, afirmou.

Para ele, a reforma deve avançar mais. “Essa foi a primeira parte da reforma, que é de simplificação. Agora o desafio é fazer com que o sistema seja mais justo. A base da arrecadação está na tributação sobre o consumo, em que todas as pessoas pagam o mesmo. Os modelos de justiça social envolvem a tributação direta”.

JM/RM 

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