Maurício Corrêa : “O Poder Judiciário está cortando na própria carne”
“O Poder Judiciário está cortando na própria carne” afirmou hoje (11/11) o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Maurício Corrêa, ao comentar a chamada Operação Anaconda, realizada em São Paulo. Segundo o ministro, a operação só foi viável porque uma juíza determinou a quebra dos sigilos dos envolvidos, inclusive de magistrados, e que o próprio Tribunal Regional Federal da 3ª Região determinou a prisão preventiva de um juiz. “O Judiciário não aceita, não tolera qualquer desvio de conduta”, disse.
O ministro ressaltou ainda que o Poder Judiciário “vive um pesadelo de conflitos de circunstâncias” ao comentar a recente pesquisa da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) , cujo resultado colocou os Poderes Legislativo e Judiciário como os menos confiáveis no país. “Recebemos uma saraivada de críticas e isso se adensou mais com episódios que aconteceram isoladamente o que fez com que essa pesquisa se reduzisse a um resultado que a gente já aguardava, tendo em vista os critérios adotados pelas perguntas”, salientou. Segundo Maurício Corrêa, entre os cerca de 12 e 15 mil magistrados existentes no Brasil, se oito ou dez praticaram desvios, não se pode generalizar a situação. No entanto, Corrêa apontou que, emblematicamente, o fato é desagradável para o Judiciário.
O presidente do Supremo disse ainda que, por isso, o encontro que sugeriu entre ele e os demais chefes de Poderes é importante. “Será um grande encontro, no sentido de que nós iniciemos essa grande arrancada em prol dessa reformulação do Poder Judiciário”. O ministro frisou que as instituições de um país correm risco quando o Poder Judiciário é fraco. “Examinem as ditaduras do mundo e as derrocadas dos sistemas existentes no mundo, que aconteceram porque não havia um Judiciário que dissesse assim: a Constituição e as leis têm que ser respeitadas”.
Presidente do Supremo durante coletiva (cópia em alta resolução)
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