Maurício Corrêa: “Toda pessoa que pratica um delito deve ser punida, indistintamente. Entretanto, é preciso que aguarde o término das investigações”

31/10/2003 18:55 - Atualizado há 8 meses atrás

“Toda pessoa que pratica um delito precisa e deve ser punida, indistintamente. Entretanto, neste caso, é preciso que se aguarde primeiro o término das investigações preliminares para fixar um juízo mais seguro”. A afirmação foi feita hoje (31/10) pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Maurício Corrêa, ao comentar a operação “Anaconda” desencadeada ontem em São Paulo pela Polícia Federal.


 


O ministro disse que, como presidente do STF, deseja uma pronta solução para o caso, e a sociedade fique esclarecida. “Mas não se pode culpar, por enquanto, ninguém”. Ele salientou que “há alguns locais no Brasil em que há uma certa fricção entre determinados organismos estatais, sobretudo os que atuam na área do Poder Judiciário. Mas se isso nasceu em decorrência de questiúnculas pessoais é lamentável. E eu espero que isso seja esclarecido o mais rápido possível para que o Judiciário continue a ter credibilidade”.


 


Ao ser questionado se acredita na existência de crime organizado no Judiciário, Maurício Corrêa afirmou que, até o momento, não conhece nenhuma participação nesse sentido. Segundo o ministro, há investigações que poderão conduzir para um ou outro caso isolado. “Naqueles casos que foram apresentados ao Poder Judiciário, envolvendo membros do próprio Judiciário, essas pessoas foram afastadas ou estão sendo investigadas e processadas”, afirmou.


 


REFORMA


 


O presidente do Supremo informou que não recebeu ainda resposta do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao convite para participar de reunião sobre a reforma do Judiciário. O encontro contaria, ainda, com a presença dos presidentes do Senado, José Sarney, e da Câmara dos Deputados, João Paulo  Cunha.


 


“Eu espero que ele aceite e que possamos iniciar um grande diálogo a favor da construção de uma sociedade que tenha um sistema legal que atenda seus aos anseios”, disse Corrêa.


A idéia, segundo o ministro, é construir uma Justiça rápida. “Não adianta pensar em fazer uma reforma constitucional do Judiciário se não houver uma reforma do processo”.


 


Maurício Corrêa disse ainda que, se o presidente Lula aceitar o convite, “será muito bem recebido”. Segundo o ministro, “o presidente está sendo convidado para tratar de assunto institucional entre Poderes”. Questionado se o convite seria uma espécie de “bandeira branca”, o presidente do Supremo respondeu afirmativamente, e salientou que “nunca houve outro tipo de bandeira”.


 



Maurício Corrêa, presidente do STF (cópia em alta resolução)


 


#BB/AR//AM


 


 

Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga. Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga.