#Zikazero: Supremo realiza dia de combate ao Aedes aegypti

30/03/2016 18:45 - Atualizado há 8 meses atrás

Especialistas do Ministério da Saúde e da Vigilância Ambiental do Governo do Distrito Federal estiveram no Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde desta quarta-feira (30) para o Dia da Limpeza, que marca a luta contra o mosquito Aedes aegypti no Judiciário. Na abertura do evento, o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, destacou a gravidade das doenças causadas pelo mosquito e citou dados do Ministério da Saúde sobre o registro de mais de mil casos de crianças nascidas com microcefalia no Brasil.

Para o presidente, isso significa que parte de uma geração dependerá de cuidados especiais, dos pais e responsáveis, pelo resto da vida, e que o auxílio a essa população também implicará ações do próprio Estado. Neste sentido, ele chamou todos à responsabilidade de combater o mosquito e anunciou oficialmente a associação do Poder Judiciário a essa campanha. “O Judiciário não poderia ficar à margem desse esforço nesse momento tão importante e perigoso. Tenho certeza de que o nosso esforço, que se soma ao dos demais brasileiros, terá muito êxito. Precisamos de todos, desde aqueles que executam as tarefas mais simples às mais complexas, todos são importantes nessa campanha, nessa luta contra esse inimigo comum”, concluiu.

Dengue, chikungunya e zika

Durante o evento, a infectologista Lívia Vinhal, mestre em Vigilância em Saúde do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, apresentou o panorama epidemiológico da dengue, chikungunya e zika no Brasil e no mundo. Ela afirmou que o Brasil já vem combatendo a dengue há mais de 20 anos, e que essa doença existe em diversos continentes. Só em 2015, morreram 863 pessoas acometidas por dengue no Brasil. “Esse não é um problema só do nosso país, a incidência aumentou 30 vezes ao longo de 50 anos. Estima-se que entre 50 e 100 milhões de pessoas se infectem por dengue anualmente pelo mundo. Isso coloca em risco quase metade da população mundial”.

Mas não é só a dengue que tem preocupado a população brasileira, já que outras doenças transmitidas pelo mesmo vetor têm sido reveladas. Segundo a especialista, o Brasil foi o primeiro país das Américas a identificar o zika. Presume-se que o vírus começou a se manifestar depois da Copa das Confederações, em 2013. A situação ficou ainda mais contundente em 2015, quando se percebeu a associação do zika com os casos de microcefalia – foram registrados 944 casos da doença desde outubro de 2015.

Já a chikungunya era conhecida em outros países, mas só foram confirmados os primeiros registros no Brasil em 2014, em razão de os sintomas se confundirem com os da dengue. O vírus causador da chikungunya se caracteriza, explicou a infectologista, por fortes dores nas articulações, que podem durar semanas ou até anos.

Como combater

A agente de Vigilância Ambiental do Governo do Distrito Federal, Michelle Peçanha, transmitiu orientações técnicas para o combate ao mosquito. Ela insistiu na necessidade de observar, ao menos uma vez por semana, os lugares que podem ser criadouros, como vasos de plantas, pneus, garrafas e demais objetos que possam acumular água. Embora essas orientações pareçam óbvias e conhecidas pela maioria da população, Michelle chamou a atenção para o fato de que o mosquito se reproduz em grandes proporções e com muita facilidade, ou que significa que retirar a água dos vasos não basta. “Esses locais devem ser limpos, higienizados e vistoriados ao menos uma vez por semana”, reforça. Não se deve esquecer, ela destacou, que os ovos podem sobreviver mais de quatro meses em ambiente seco”.

Na ocasião, os funcionários da limpeza que atuam no STF foram convidados a conhecer as fases de reprodução do mosquito por meio de exemplares vivos, armazenados em recipientes próprios para demonstração. Após a explanação, a equipe de Serviços Gerais do Supremo fez uma vistoria nas dependências do Tribunal em busca de possíveis focos do mosquito.

#ZikaZero

A campanha #Zikazero é realizada em parceria com o Conselho Nacional de Justiça e o Ministério da Saúde, e visa incentivar o público interno a difundir o assunto dentro e fora do ambiente de trabalho.
Segundo Marco Polo Dias Freitas, secretário de Serviços Integrados de Saúde e coordenador da campanha no STF, um dos principais objetivos desse evento é capacitar os trabalhadores de serviços gerais na detecção de possíveis focos e orientar a todos da Corte. “Essa é uma ação em conjunto que visa divulgar a campanha para adesão do Judiciário como um todo, e de certa forma transmitir essa mensagem a todos os colaboradores e servidores do Supremo, para que possamos unir forças contra o Aedes aegypti”, declara.

(Colaboração: Núcleo de Comunicação Corporativa do STF)

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