Representante do Conter diz que não se pode “acusar” apenas rede elétrica por radiação

06/03/2013 14:47 - Atualizado há 9 meses atrás

A presidente do Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia (Conter), Valdelice Teodoro, declarou que é necessário dispor de profissionais qualificados, que conheçam todos os tipos de radiação, a fim de fazer a supervisão da radioproteção, seja ela qual for, de forma efetiva. A afirmação foi feita durante audiência pública convocada pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), para debater o impacto na saúde e no meio ambiente dos campos eletromagnéticos de linhas de transmissão de energia.

Ao proferir sua palestra, Valdelice Teodoro destacou que cerca de 90 mil profissionais do Conter atuam com todos os equipamentos necessários para identificar níveis de radiação ionizante e não ionizante existentes na radioterapia, no setor de medicina nuclear e no setor de radioisotópicos.

De acordo com a presidente do Conter, as radiações ionizantes e eletromagnéticas são as mais conhecidas, porém, existem outros tipos de radiação. Segundo ela, máquinas e produtos que emitem esses outros tipos de radiação estão sendo utilizados de forma “desenfreada”.

Para a palestrante, a radiação ionizante é tão perigosa “ou mais perigosa” do que a radiação eletromagnética.  De acordo com ela, a radiação ionizante quebra a cadeia do DNA quando exposta em excesso ao corpo.

Ao longo de sua palestra, a representante do Conter ressaltou que crianças que ficam em frente à televisão, com celulares no ouvido ou comendo alimentos aquecidos em micro-ondas não estão livres de radiação.

“Nós não podemos acusar uma rede elétrica quando nossa casa está sobrecarregada com micro-ondas, televisão, computador. Tudo isso emite radiação”, explicou Valdelice.

Segundo ela, os efeitos biológicos são causados dentro das residências. “Os fios, em qualquer lugar que nós estivermos, também emitem radiação. Não na mesma densidade que existe nas altas tensões, mas nós estamos sujeitos a essas radiações.”

Medidas de proteção

Durante sua exposição, Valdelice Teodoro explicou que a maior distância possível de focos de radiação é a melhor segurança. “Não existe como você canalizar uma radiação, não tem como encapsular.”

Segundo ela, a única radiação que pode ser encapsulada é aquela que é composta de pó, como o “césio, o rádio, que são radiações que podem ser encapsuladas para evitar contaminação, mas não para barrar sua radiação”.

A presidente do Conter também destacou que, nas pesquisas realizadas pelo Conselho, o Brasil está dentro dos parâmetros permitidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no que se refere à linha de alta tensão.

“Precisamos ter pessoas que desenvolvam pesquisas em todas as áreas que se emitem radiação, quer seja ionizante quer seja eletromagnética”.

Ao final de sua exposição, Valdelice Teodoro salientou que é preciso melhorar as pesquisas já realizadas nesse sentido e “fundamentar em dados reais as nossas decisões”.

DV/RR

 

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