Como parte do Programa de Inclusão da Pessoa com Deficiência – STF sem Barreiras, na última segunda-feira (6) o Supremo Tribunal Federal (STF) realizou um encontro de servidores da Casa com o coordenador do Programa de Empregabilidade de Pessoas com Deficiência do Serasa, João Baptista Cintra Ribas, doutor em Ciências Sociais. O evento aconteceu em homenagem ao Dia Internacional de Luta da Pessoa com Deficiência, comemorado no dia 3.

Palestra

Ao tratar do tema gestão de pessoas com deficiência, João Ribas, reconhecido por seu trabalho e livros desenvolvidos nessa área, apresentou aos servidores da Suprema Corte algumas das experiências e dificuldades que essas pessoas enfrentam nas empresas onde atuam. Para ele, os deficientes devem ser os protagonistas da inclusão. São eles que devem ensinar os outros como lidarem com suas próprias limitações.

O palestrante disse acreditar que há ainda muitos tabus a serem quebrados com relação às pessoas com deficiência, e que isso pode ser rompido com informação. Ribas revelou entender que é necessário desmistificar o fato de que as pessoas que convivem com os deficientes não devem tocar no assunto. “Devemos, sim, falar com naturalidade sobre nossa deficiência, e não encará-la como desvantagem”, acredita.

A deficiência não é obstáculo para a ascensão profissional, disse Ribas. Ele defende que com dedicação e profissionalismo, o deficiente tem a mesma competência de qualquer pessoa. “O mercado não exclui as pessoas com deficiência, mas os que são incompetentes”. E, com a experiência de pelo menos 10 anos em recrutamento, reforça que “a inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho não depende só da instituição, nem dos gestores, depende também do próprio deficiente”.

O coordenador do Programa de Empregabilidade de Pessoas com Deficiência do Serasa defendeu que a melhor solução é a informação, que as pessoas se conheçam e conversem mais sobre o assunto. Ribas explicou que quando não se conhece um assunto, o natural é fantasiar sobre ele.

STF sem Barreiras

Ao apresentar o evento, o diretor-geral do STF, Alcides Diniz, reconheceu que o Programa de Inclusão da Pessoa com Deficiência – STF sem Barreiras vem evoluindo em sua missão de implementar ações de reflexão sobre a importância da necessidade de se vencer barreiras e eliminar preconceitos. “O nosso dever é oferecer pleno acesso às pessoas com deficiência”, frisou o diretor.

Segundo Diniz, o STF tem procurado empreender várias ações de acessibilidade, que já se sucedem de outras administrações. Ele citou a adaptação de diversos espaços no Tribunal, como os banheiros, o ambiente das Turmas, equipamentos de segurança e calçadas. Além disso, os elevadores do Tribunal também ganharam um sistema de sinalização em Braile, e recentemente foi feita a contratação de empresas fornecedoras de tradutores em Libras (Linguagem Brasileira dos Sinais). Também estão sendo feitas adaptações no Plenário, que deve estar devidamente adaptado já para a primeira sessão de 2011.

Durante o evento, foi divulgada a mais recente conquista do Tribunal: por meio da Seção de Projetos de Responsabilidade Social e Sustentabilidade, a Corte firmou convênio com a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) para a contratação de pessoas com Síndrome de Down ainda neste ano. Os novos profissionais, os primeiros com deficiência intelectual no STF, trabalharão no Arquivo, com a higienização de documentos.

Para a coordenadora do STF sem Barreiras, a assistente social Maria Cristina Viana, o grande desafio do programa é tornar o STF uma organização pública acessível a todos e, assim, romper barreiras físicas e atitudinais, estimular o respeito às diferenças e à diversidade humana. “Primar pela defesa dos direitos das pessoas com deficiência é um dos fundamentos do Programa e a capacitação é uma via possível para disseminar conhecimento e sensibilizar os servidores para o tema.”