Ministro Ilmar Galvão interroga deputado José Carlos Martinez
O deputado paranaense José Carlos Martinez (PTB/PR), seu sócio e irmão, Flávio de Castro Martinez, e o empresário, Luiz Fernando Wolff de Carvalho, foram interrogados hoje (4/11) pelo Ministro Ilmar Galvão, relator da Ação Penal 331.
Na Ação Penal, o parlamentar é acusado pelo Ministério Público Federal por crime de sonegação fiscal, evasão de divisas, falso testemunho e falsidade ideológica. O deputado, junto com seu irmão, é sócio e proprietário de uma empresa de comunicação, detentora de vários canais de televisão e rádio.
Martinez negou as acusações apresentadas pelo MP. A principal é a de que o parlamentar sonegou informações à Receita Federal, na declaração de Imposto de Renda de 1991 a 1993, quando omitiu valores de um empréstimo pedido ao tesoureiro da campanha de Fernando Collor à presidência da República, Paulo César Farias – morto em 1996 – para a compra da TV Corcovado, do Rio de Janeiro.
O parlamentar confirmou a existência do empréstimo feito em 1991, no valor de 4 bilhões e oitocentos e noventa e sete cruzeiros, porém negou a acusação de que a origem do dinheiro fornecido por PC Farias fosse desconhecida da Receita Federal.
Ao ser questionado sobre a razão pela qual PC Farias não confirmara o empréstimo, Martinez afirmou desconhecer o fato. Afirmou, ainda, que, ao fazer a declaração à Receita em 1992, procurou o tesoureiro de campanha de Collor para informá-lo, mas que o mesmo o ignorara.
Martinez também foi acusado de remessa ilegal de dinheiro ao exterior, manutenção de contas correntes não declaradas fora do país e omissão à Receita Federal de empréstimo canalizado para compra da Rádio Eldorado, no Paraná.
O empresário Luiz Fernando Wolff de Carvalho, que também responde à Ação Penal, é o proprietário da Construtora Triunfo, participante das transações de Carlos Martinez, objeto da fiscalização da Receita Federal.
O ministro Ilmar Galvão deu prazo de cinco dias para que os réus apresentem defesa prévia e, posteriormente, os autos possivelmente serão enviados ao MP.
Ministro Ilmar Galvão, durante interrogatório (cópia em alta resolução)
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