Ministro foi precursor do diálogo virtual no STF
Atualmente o Supremo Tribunal Federal (STF) está integrado às principais redes sociais virtuais: tem página na internet, no Twitter e no YouTube, por exemplo. Essas ferramentas hoje consolidadas informam o público sobre o trabalho da Corte em tempo real. Esse diálogo, no entanto, foi estreado em 2001 pelo ministro Marco Aurélio.
Há nove anos, ele conversou ao vivo com mais de 900 internautas, o que foi considerado uma iniciativa inédita na Corte: era o primeiro bate-papo virtual de um presidente do STF com a sociedade.
Durante cerca de uma hora, o ministro Marco Aurélio respondeu 35 perguntas da população e afirmou mais tarde que, apesar do pouco tempo de duração, a experiência foi gratificante. "É um exercício em si da cidadania o acompanhamento por todos aqueles a quem nós, homens públicos, devemos contas", disse na época.
Naquele ano, o País vivia a crise de energia elétrica que ficou popularmente conhecida como apagão. A maioria das perguntas dirigidas ao ministro foi relacionada às medidas do plano de racionamento de energia elétrica criado pelo Executivo, e sobre a constitucionalidade da medida provisória que as instituiu. Ele não emitiu opinião sobre a constitucionalidade porque o Plenário analisaria dias depois tal matéria, mas, como cidadão, disse estar perplexo com a gravidade da crise.
Marco Aurélio antecipou, naquela conversa, algumas características da sua gestão. Previu que o perfil do Judiciário no seu mandato na presidência seria de aproximação com o povo, para ser eficaz no cumprimento da sua responsabilidade de manter a "paz social".
Dois anos depois, o ministro falou novamente com os cidadãos ao vivo, dessa vez pela TV Justiça, inaugurada por ele. Na época, Marco Aurélio afirmou que “o bate-papo viabiliza o contato direto do cidadão com o Judiciário, esclarecendo-se pontos importantes para a segurança e a vida em sociedade".
CM/EH