PGR celebra 50 anos do Supremo em Brasília e evoca o centenário da capital
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, lembrou as palavras de Carlos Medeiros, então chefe do Ministério Público Federal (MPF) na data da inauguração do Supremo Tribunal Federal (STF) na nova capital federal, ao iniciar e encerrar seu discurso na sessão solene em comemoração aos 50 anos de transferência da Corte do Rio de Janeiro para Brasília.
“É um privilégio de nossa geração aqui estarmos reunidos neste dia que lembra Tiradentes, celebrando Brasília. É honra insigne para mim, como chefe do Ministério Público Federal, poder falar a vossas excelências nesta cátedra”, disse na ocasião Medeiros. Nesta tarde, Gurgel acrescentou às palavras de Medeiros: “Glória ao Supremo Tribunal Federal, que venha o centenário em Brasília”.
O atual chefe do MPF celebrou Brasília como um “sonho tornado realidade da capital no centro do país”, que “exigiu dos ministros da Corte a troca da brisa marinha pelos ventos do cerrado, há época fartos de poeiras”, lembrou. Ele ressaltou a oposição que a nova capital suscitou, as críticas severas da UDN e, em especial, a visão do jurista, político, historiador e professor Afonso Arinos sobre Brasília. Gurgel foi aluno de Arinos e contou como o jurista era contra a transferência da nova Capital do Rio para o centro do Brasil, em meio ao cerrado.
Arinos dizia que a arquitetura de Oscar Niemeyer criava ambientes pouco propícios à meditação, que seus edifícios eram“caixas de vidro abertas à rua”. Ainda segundo Arinos, Brasília era uma “ilha no meio do deserto”, que criava a sensação de se “ser um prisioneiro em meio à amplidão”. Mas, apesar das críticas, o antigo professor também louvava aspectos positivos da cidade, com destaque ao céu de Brasília, de fama conhecida, além dos horizontes e da luz da nova capital.
RR/EH