Alma Animal – o desabafo de uma geração no programa Refrão!

13/12/2009 12:11 - Atualizado há 9 meses atrás

“Amar eu sempre amei / Foi no amor que eu me criei / Mas é demais sofrer no coração / Dor de uma geração”. Os versos feitos por Fernando e Roberto Brant, em 1989, expressam o desapontamento de quem lutou contra o Regime Militar, pelo restabelecimento da democracia, entre os anos 60 e 80, e viu os primeiros governos democráticos se envolverem em denúncias de corrupção. O desabafo se transformou na música “Alma Animal” e é o tema do "Refrão" desta semana, que conta com a participação dos dois autores da canção.

O compositor, advogado e jornalista Fernando Brant nasceu no município mineiro de Caldas, em 9 de outubro de 1946. Em 1967, Milton convenceu Brant a escrever sua primeira letra. Era “Travessia”, composição que, no mesmo ano, ganhou o segundo lugar no II Festival Internacional da Canção, no Rio de Janeiro. A parceria também contribuiu para a formação do quinteto inicial do “Clube da Esquina”, que contava ainda com Ronaldo Bastos e os irmãos Márcio e Lô Borges. A partir de então, esse grupo de mineiros passou a ser reconhecido dentro e fora do Brasil por reunir poesia e protesto em suas músicas. Já Robertinho Brant, sobrinho de Fernando, é da geração seguinte: nasceu em Belo Horizonte em 13 de agosto de 1967 e iniciou sua carreira em meados da década de 80, como compositor e cantor.

Vinte anos depois de compor a música, Fernando e Roberto Brant reconhecem, no programa "Refrão", que o tempo da história é diferente do tempo das pessoas. E que as mudanças estão acontecendo: “Apesar das dificuldades, vivemos em uma democracia plena, o Judiciário funciona de forma independente. A gente tem, por exemplo, na Constituição, o capítulo dos direitos e garantias individuais, e ele é perfeito. E o Supremo Tribunal Federal tem sido um defensor disso, que é a coisa mais importante que temos”, diz Fernando Brant.

O professor de Ciências Políticas Valdir Pucci também participa do programa e fala sobre as contribuições dos compositores da geração de 60 para o retorno da democracia: “A MPB veio ajudar os brasileiros com músicas inteligentes, de duplo sentido, que criticava a ditadura, mas ela não entendia, acabando por permitir que essas canções fossem repassadas. Por meio delas, a juventude então expressava a sua liberdade cassada anos antes”, analisa o cientista político.

Além da música feita na Ditadura, o "Refrão" desta semana também fala sobre o Rock Nacional produzido nos anos 80 e a relação entre educação e cultura. Outro tema relacionado ao mundo da música em discussão é o Direito Autoral na era da Internet.

Como você pode notar, o "Refrão" está imperdível! E pode ser conferido no YouTube também: www.youtube.com/stf.        

Refrão – um jeito diferente de escutar música!

Horários

Inédito: domingo – 20h

Horários Alternativos: terça-feira – 18h / quarta-feira – 13h30 / sábado – 20h30

 

Conheça a letra da música:

Alma animal
(Robertinho Brant/ Fernando Brant)

 

Sou o sonho que ficou

No pó da estrada amarelou

Já não há chuva, não há rio ou mar

Que possa me lavar

Brasil parece ser a cruz

Que tenho de carregar

Mas eu não sou Jesus

Não sei ressuscitar

Amar eu sempre amei 

Foi no amor que eu me criei

Mas é demais sofrer no coração

Dor de uma geração

Quem dera o sol tropical

Me desse a alma animal

Pudesse eu ser feliz

Depois da cicatriz

 


Fonte: TV Justiça

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