Em debate no "Fórum", as cooperativas de crédito brasileiras, um setor em franca expansão. O advogado Roberto Mohamed e o consultor jurídico da Associação Nacional das Cooperativas de Crédito Reginaldo Ferreira Lima falam da história do cooperativismo no mundo e no Brasil, e discutem as vantagens desse tipo de associação de trabalhadores.

Reginaldo Ferreira Lima diz que apesar de existirem há muitos anos, ainda não há uma cultura cooperativista no Brasil. Roberto Mohamed conta que tudo começou com as cooperativas agrícolas, e mais recentemente, as que ficaram mais conhecidas foram as cooperativas de consumo, que acabaram quebrando com o Plano Real.

Mohamed afirma que o Ministério Público do Trabalho se preocupa com as cooperativas acreditando que elas seriam “uma forma de burlar a legislação e se esquecem da terceirização”. E questiona: “O que é melhor, uma cooperativa que divide com os cooperativados os lucros e remunera quem trabalha na ponta? Isso é socializante”. Ele observa também: “hoje em dia em vez de contratar uma cooperativa local de trabalhadores para fazer a limpeza e manutenção de uma instituição, preferem contratar uma empresa privada que pertence a um deputado. Esse é o grande problema do país”.

Ferreira Lima fala da vantagem para o consumidor ao utilizar uma cooperativa em vez de uma instituição bancária. Ele explica que “a cooperativa, ao contrário dos bancos, não vive de spread bancário – o do Brasil é o maior do mundo – vive através da mutualidade”. E exemplifica: “eu tenho um dinheiro parado na minha conta, coloco na cooperativa de crédito, esse dinheiro vai ser emprestado a outra pessoa, que vai remunerar o meu dinheiro sem a intermediação que gera o lucro, sem a ânsia do banqueiro de querer fazer uma intermediação predatória dentro daquela operação”.

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Fonte: TV Justiça