Em entrevista concedida à TV Justiça na noite de hoje (6/9), o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Marco Aurélio, comentou o andamento das eleições presidenciais.

Na avaliação do ministro, é preciso que haja uma correção de rumo para que se volte a discutir programas e perfis dos candidatos, deixando o denuncismo em segundo. “O denuncismo não interessa à sociedade.”

De acordo com Marco Aurélio, as eleições perderam o rumo. Ele mencionou as suspeitas que tem sido levantadas sobre a Justiça Eleitoral as quais, direcionadas aos leigos, colocam o Poder Judiciário em xeque.

O ministro lembrou o princípio da presunção de independência de qualquer Corte de Justiça. “Os integrantes dos tribunais sabem que precisam guardar, e guardam, a indispensável eqüidistância considerados os interesses envolvidos”, enfatizou.

Perguntado sobre recentes acusações que uma coligação teria feito ao Tribunal Superior Eleitoral, Marco Aurélio argumentou que o questionamento é o exercício da cidadania, mas que deve ser feito na via adequada. “Não se pode partir para uma maledicência, para uma suposição sem base maior”, disse.

Para o ministro, se há uma insatisfação com relação a uma decisão judicial, deve-se procurar o remédio jurídico adequado. “O campo para discussão não deve ser a mídia em si, mas o campo do Judiciário”, afirmou, lembrando que os candidatos são assessorados por profissionais da advocacia.

Sobre os ânimos acirrados dessas eleições, Marco Aurélio atribuiu esse fato “às paixões exacerbadas” que naturalmente surgem após um longo período, de oito anos, sem alternância na presidência da República. “Está em jogo a sucessão”, afirmou.

Por fim, ao ser indagado sobre o que os eleitores deveriam observar, o presidente do Supremo Tribunal Federal salientou que o voto do eleitor tem peso, pois se soma a milhares de votos que vão definir os dirigentes do país.

“Em 6 de outubro, é preciso que o eleitor compareça conscientizado após o exame do perfil e da sinceridade de cada candidato quanto às realizações prometidas”, finalizou Marco Aurélio.

A entrevista será reprisada na TV Justiça a partir das 23h30 de hoje (6/9).

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