Supremo alfabetiza empregados tercerizados
Quarenta e oito empregados terceirizados não alfabetizados ou com baixo grau de escolaridade participaram do programa, que começou em 13 de março e teve 248 horas/aula. As atividades incluíram visitas ao Museu do Supremo, do Índio, ao Memorial JK e ao Catetinho.
Geni Pereira da Silva, 69 anos, é funcionária terceirizada no Supremo há 23 anos. Ela cuida das estantes da biblioteca e afirma nunca ter pensado conseguir a oportunidade de aprender a ler. “Antes eu não sabia sacar dinheiro, nem preencher cheque. E agora já sei procurar um livro quando um advogado chega”, diz.
INSTRUTORES
Os instrutores são funcionários do STF voluntários. Eles foram treinados pela Universidade de Brasília (UnB), que também disponibilizou o material didático para os alunos. Além do material de apoio fornecido pela UnB, os instrutores também utilizaram suas próprias produções — quebra-cabeças, jogos e exercícios.
“Essa experiência foi muito gratificante”, diz Maria Rita Pires de Souza, uma das instrutoras do programa, que é técnica judiciária. “Achei importante a valorização dos terceirizados e o retorno que eles deram ao projeto”, completa.
ÓCULOS
Logo no início da execução do programa, verificou-se que mais da metade da turma — 38 alunos — tinha problemas de visão afetando, conseqüentemente, o aprendizado. Uma campanha interna foi promovida para comprar os óculos.
“Nós somos privilegiados, vivemos em uma realidade e não sabemos as dos outros. As pessoas precisam ser mais solidárias e não esperar o tempo, o momento é agora”, afirma a coordenadora do programa, Ângela Santarém.
A segunda turma do programa começou em outubro, com 20 alunos. A duração do curso é de cinco a seis meses.
Rita, instrutora do programa
D. Geni pensava que nunca aprenderia a ler
Carta escrita por uma das alunas: