Ivo Barili, um dos produtores rurais envolvido na questão da Raposa Serra do Sol, entrou com Ação Cautelar (AC 2143) no Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo que a Corte determine à União que – por meio da Polícia Federal e da Força Federal – desbloqueie a rodovia RR-319, para que ele possa escoar a produção de arroz de sua fazenda.

Na ação, o fazendeiro faz um relato dos fatos ocorridos este ano na região. De acordo com Barili, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, em abril deste ano, a suspensão das operações da Polícia Federal (PF) para a retirada de não-índios da reserva indígena Raposa Serra do Sol. Na seqüência, ainda conforme a ação, a Corte Suprema determinou que a PF mantivesse a ordem pública até a decisão final do STF na Petição (PET) 3388, que analisa a constitucionalidade da demarcação da terra indígena Raposa Serra do Sol de forma contínua.

Mas não é isso que estaria acontecendo na região, revela o fazendeiro. Desde aquela data, os índios têm invadido fazendas e obstruído rodovias, diz Barili, principalmente a estrada estadual RR 319 – conhecida como transarrozeira, a 105 quilômetros de Boa Vista, e a BR 433, que dá acesso à sede do município de Normandia.

A obstrução da RR-319 estaria impedindo o fazendeiro de exercer seu direito de ir e vir na fazenda Tatu, de sua propriedade, e consequentemente de escoar sua produção de arroz, que está exatamente na fase de colheita. São 160 hectares, correspondendo a mais de 20 mil sacos de arroz, salienta Barili. A urgência do pedido se deve à especificidade da colheita do arroz, que, se não for realizada no tempo correto, corre o risco de acarretar perda total da produção, explica o fazendeiro, justificando o pedido de concessão de medida liminar.

MB/LF