Para especialista do Instituto Ambiental do Paraná, toda ação humana gera impacto ambiental
O último especialista a falar pela manhã foi o presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), engenheiro Vitor Hugo Burko, que defendeu a importação de pneus. Segundo ele, toda a ação humana gera impacto ambiental, por isso, o que se deve fazer é fiscalizar e obrigar as empresas que reformam pneus usados a evitar danos ambientais e, se necessário, arcar financeiramente com a reparação de eventuais danos causados.
O engenheiro afirmou que o Brasil apresenta grande avanço na questão de resíduos urbanos no país. “Os municípios gradativamente vão se adequando, criando aterros”, contou, ressaltando que a cada dia há uma inserção maior da comunidade no tratamento desses temas.
Ele também informou que, depois dos resíduos domiciliares e da questão dos agrotóxicos, os pneus são o principal problema de resíduo no país, em função do volume e da importância. “Deixar os pneus ao léu em, qualquer situação implica uma gravidade bastante séria para o meio ambiente”, disse. Vitor Hugo Burko destacou ainda que o problema deve ser interpretado do ponto de vista de defesa dos interesses da sociedade.
De acordo com o especialista, as indústrias de co-processamento do estado do Paraná estão adequadas às normas legais e são efetivamente fiscalizadas pelo IAP. “Se vez por outra alguém comete uma ação criminosa, aí nós estamos no campo do direito penal, e não no campo do direito ambiental. Nós temos que estabelecer critérios objetivos e aí sim passar a cobrá-los”, afirmou.
Vitor Hugo Burko disse que, para o corpo técnico do IAP, não é significativa, do ponto de vista ambiental, a diferença da queima de pneus ou da queima de petróleo. “Não há outra solução senão incinerá-lo através dos fornos de co-processamento. Pelo menos hoje não se vislumbra qualquer outra alternativa”, ressaltou. Ele ressaltou que, apesar de terem ocorrido muitas discussões sobre o assunto, até o momento não há soluções para a questão.
“Nós não podemos permitir que os pneus fiquem lançados na natureza porque aí, sim, nós estaremos trazendo um problema para as nossas casas, nossas famílias, para a saúde de nossa gente”, salientou o engenho. Conforme ele, o IAP gostaria de ver efetivamente discutido a possibilidade legal de obrigar aqueles que têm lucro com a atividade de responderem por responsabilidade “e arcando com os pagamentos para que isso se resolva”.
“Vença quem vencer, que todos nós possamos conjuntamente encontrar uma solução definitiva para esse problema muito mais do que acusações mútuas e disputas financeiras, que nós possamos atender aos verdadeiros interesses da sociedade brasileira, criando normas e uma logística que permitam, quem sabe num futuro próximo, que não encontremos mais nenhum pneu disposto na nossa natureza”, finalizou.
EC/LF