“Não se deve politizar o tema da segurança pública”, afirma o presidente do STF

24/06/2008 17:55 - Atualizado há 12 meses atrás

"Não acho que o tema de segurança pública deva ser politizado a este ponto de impedir que as Forças Armadas sejam utilizadas em ações como as que vêm sendo utilizadas no Rio de Janeiro, ante a carência, inclusive, dos serviços de segurança". Assim reagiu o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, às perguntas feitas por jornalistas sobre o episódio ocorrido no Morro da Providência, no Rio de Janeiro, em que três jovens foram mortos após serem entregues por militares do Exército a traficantes.

Durante o lançamento do sistema "Justiça Aberta", na manhã de hoje (24), em cerimônia promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Gilmar Mendes lamentou o fato, mas afirmou que "isso não tem nada a ver com o papel das Forças Armadas enquanto órgão que eventualmente incube a preservação da ordem pública". 

"O tema segurança pública hoje é uma das prioridades do cidadão e é um tema necessariamente nacional, por isso, eu brinquei esses dias numa entrevista dizendo que é um tema tão relevante que é um tema também federal. É preciso que haja uma coordenação das ações dos governos federal, estadual e municipal".

Quando perguntado se é permitida a participação das Forças Armadas na segurança pública, o presidente do STF disse que "a Constituição permite, desde que devidamente regrado. Agora, não é possível, ideologicamente, a partir de um episódio que é de todo lamentável, começar a dizer que o Exército, por isso, não tem aptidão para atuar eventualmente na segurança pública. E os episódios que eventualmente ocorrem todos os dias com organizações paramilitares, com organização da Polícia civil, com organização da Polícia Militar, isso prova o quê? Veja que, na verdade, "tomaram a nuvem por Juno"* nesse caso", concluiu.

* Maneira de dizer que alguém se enganou.

CM/RR//AM

 

 

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