Pastores evangélicos acusados de assassinar menor na Bahia recorrem ao STF
Acusados pela morte de um menor de idade em Salvador, os bispos da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda contestam, no Supremo Tribunal Federal (STF), os mandados de prisão preventiva decretados contra eles.
Fernando foi preso no último dia 23 de maio, em Jaboatão dos Guararapes (PE), e Joel ainda não foi encontrado. O Habeas Corpus (HC) 95125, com pedido liminar, chegou ao STF nesta segunda-feira (23) e será relatado pelo ministro Ricardo Lewandowski.
Denúncia
Por conta desse crime, que teve grande repercussão à época, outro pastor da IURD, Silvio Galiza, foi condenado a 18 anos de prisão. De acordo com Fernando e Joel, o único indício de sua participação no crime seria exatamente o depoimento de Silvio. Para o advogado de defesa, essa denúncia contra seus clientes seria, na verdade, uma estratégia desesperada de Silvio contra os pastores que o desligaram da Igreja, após o crime, “quando ficou constatado que o mesmo [Silvio] estaria levando garotos para dormir na mesma cama que ele, na igreja do Rio Vermelho, em Salvador”.
O advogado revela, ainda, considerar estranho o fato de o Ministério Público da Bahia não acreditar em Galiza, quando ele se diz inocente, “mas quer acreditar quando o mesmo acusa os pacientes [Fernando e Joel]”.
A defesa pede a expedição de alvará de soltura em nome de Fernando, e contra-mandado de prisão para Joel. E, no mérito, que seja cassada definitivamente a prisão preventiva decretada.
HC anterior
Fernando e Joel já tiveram Habeas Corpus (HC 90652) concedido pela Primeira Turma do STF, contra a prisão temporária decretada pelo juiz da Vara da Infância e da Juventude de Salvador (BA). A decisão foi em agosto de 2007. Naquela ocasião, os ministros declararam estar configurado o excesso de prazo, visto que os acusados permaneceram dezoito meses detidos.
MB/LF