Resultado do julgamento é de interesse de toda a humanidade, diz relator
Carlos Ayres Britto continua a ler o voto em que analisa se há ou não inconstitucionalidade nas pesquisas com células-tronco embrionárias. Ele afirmou que a questão é uma “causa cujo desfecho é de interesse de toda a humanidade”, tornando “o Supremo uma Casa de fazer destino”.
Antes, Ayres Britto ressaltou que é “preciso compreender bem” que a Lei de Biossegurança não permite o uso de embriões retirados do corpo da mulher em pesquisas. Todo o processo de produção dos embriões para estudos se dá fora do corpo.
Para o ministro, o embrião obtido por meio desse processo não tem o mesmo status de um feto em gestação. “O zigoto [óvulo fecundado] sozinho não faz o caminho da hominização”, porque depende do “aconchego do útero” para tanto.
Citando estudos, ele disse que óvulo já fecundado, mas congelado há mais de três anos, tem viabilidade muito baixa, praticamente nula, de se tornar vida humana. Mas tem potencial para se transformar em tecidos do corpo humano, o que não ocorre com as células-tronco adultas.