Ao final do julgamento, no Supremo Tribunal Federal (STF), da admissibilidade das denúncias do procurador-geral da República contra os 40 acusados no Inquérito do mensalão (INQ 2245), o ministro Joaquim Barbosa declarou, em entrevista coletiva à imprensa, que ainda não cumpriu inteiramente com seu papel, pois "ainda tem muito trabalho pela frente".

O relator do mensalão disse que foi vencida apenas a primeira parte do processo e que, a partir de agora, serão expedidas as cartas de ordem do STF para que as diversas instâncias da Justiça Federal tomem ciência e cumpram os mandados de citação decorrentes da ação penal que será autuada na Corte, após a publicação do acórdão do inquérito. Assim, os acusados terão conhecimento oficial do processo nas localidades onde residem e poderão preparar suas defesas.

Joaquim Barbosa respondeu que a mensagem fundamental deixada por esse julgamento é que “as instituições funcionam perfeitamente, a pleno vapor, sem quaisquer sobressaltos”. Questionado sobre a percepção de que o STF teria dado um caráter político ao julgamento, o ministro refutou com veemência tal afirmação, observando que “quem assistiu ao julgamento teve a oportunidade de perceber que as discussões em Plenário foram eminentemente técnicas”. Aliás, disse ele, o julgamento sequer suscitou que alguma parte teria sido prejudicada por essas decisões.

Finalizando a entrevista, o relator do mensalão disse que a alegação genérica de que não havia provas para a incriminação dos acusados, não prevaleceu, pois, nas vezes em que ele entendeu que as provas eram insuficientes, foi seguido majoritária ou unanimemente pela Corte. Todo o processo seguirá seu curso legal, “à luz dos documentos e das provas que serão colhidas daqui para frente”, finalizou Joaquim Barbosa.

IN/LF

Ministro Joaquim Barbosa declarou, em entrevista coletiva à imprensa, que ainda não cumpriu inteiramente com seu papel, pois "ainda tem muito trabalho pela frente". (cópia em alta resolução)